A equipe científica, liderada por Kentaro Terada, professor do Departamento de Ciências Naturais da Universidade de Osaka (Japão), explicou à Sputnik que até agora a opinião geral é que o fósforo chegou ao oceano mundial, promovendo a reprodução de algas, graças à atividade vulcânica.
No entanto, graças aos dados obtidos pela sonda Kaguya, que orbitou a Lua, os pesquisadores descobriram no final de julho que há cerca de 800 milhões de anos um enorme asteroide se partiu, tendo seus fragmentos bombardeado a Terra e a Lua.
Mudanças no ambiente marinho
Embora o efeito dos asteroides em nosso satélite natural tenha se refletido na formação de suas famosas crateras, a intensidade com que eles caíram na Terra, onde já existiam formas de vida mais simples, foi 20 vezes mais poderosa.
"Sabemos a qualidade e a quantidade dos corpos celestes que colidiram com a Terra, e também é um fato que uma enorme quantidade de fósforo foi trazida para o oceano do espaço extraterrestre. Esse número era mais de dez vezes superior ao que havia no oceano naquela época. Podemos dizer com segurança que, como resultado, o ambiente marinho mudou", comentou Terada.
"Não contestamos esse cenário [anterior]. Mas oferecemos uma nova visão de que o aumento acentuado de fósforo nos oceanos era de origem extraterrestre e foi causado por uma 'chuva de asteroides'", concluiu o professor.
No final de julho, a equipe de Kentaro Terada publicou um estudo no qual conseguiu comprovar que um asteroide de 100 quilômetros de diâmetro explodiu há 800 milhões de anos, gerando fragmentos que choveram na Lua e na Terra. Através do estudo, os pesquisadores concluíram que uma grande quantidade de meteoritos atingiu nosso sistema com um impacto 30 a 60 vezes maior do que o meteorito responsável pela cratera mexicana Chicxulub, pouco antes do período Criogeniano, que foi uma época de grandes mudanças ambientais e biológicas, indicou a revista Nature Communications.