A cidade japonesa de Nagasaki, uma antiga vila de pescadores, era um dos principais pontos de contato do Japão com o exterior.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a cidade não só não perdeu sua importância como grande porto marítimo, como também adquiriu importância militar devido às muitas indústrias que operavam na cidade, principalmente construção naval, armamentos e siderúrgicas.
Nagasaki nunca havia sido submetida a bombardeios em grande escala antes da explosão da bomba atômica. No entanto, em 1° de agosto de 1945, várias bombas altamente explosivas foram lançadas no local. Embora os danos causados por este ataque tenham sido relativamente pequenos, ele causou considerável preocupação na cidade e muitas pessoas, a maioria crianças em idade escolar, foram evacuadas para áreas rurais. Assim, na época do ataque atômico, a população de Nagasaki havia diminuído um pouco.
O alvo principal era a cidade de Kokura, mas a densa cobertura de nuvens forçou os americanos a mudar para a segunda opção: Nagasaki. Quando os bombardeiros se aproximaram da cidade, a artilharia antiaérea japonesa confundiu-os com aeronaves de reconhecimento e não acionou os alarmes de ataque aéreo.
No dia 9 de agosto, a tripulação do porta-aviões dos EUA lançou a bomba atômica Fat Man (uma bomba de plutônio de 20 quilotons e massa de 4,5 toneladas) sobre Nagasaki, que matou imediatamente de 60 a 80 mil pessoas.
Algum tempo depois do ataque, os médicos começaram a notar que as pessoas que pareciam estar se recuperando das feridas e choque psicológico começaram a sofrer de uma nova doença até então desconhecida. O pico no número de mortes ocorreu três a quatro semanas após a explosão. Assim, o mundo aprendeu sobre os efeitos da radiação no corpo humano.
Em 1950, o número total de vítimas do bombardeio de Nagasaki como resultado da explosão e suas consequências foi estimado em cerca de 140 mil pessoas.
Em um dos relatos japoneses, a situação observada no território de Nagasaki foi descrita da seguinte forma: "A cidade parecia um cemitério onde nem uma única lápide sobreviveu".
Atualmente, no local do epicentro da explosão da bomba atômica, fica o Parque da Paz (1955), com a Estátua da Paz (de 9,7 metros de altura) do escultor Kitamura Seibo, de Nagasaki.
Todos os anos, em 9 de agosto, é realizada uma cerimônia neste local, na qual o prefeito da cidade lê a Declaração da Paz Mundial.
Neste domingo (9), durante cerimônia dos 75 anos em memória às vítimas do bombardeio atômico dos EUA, o prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, exortou o governo do Japão a se comprometer com a proibição global de armas nucleares. Ele mencionou a retirada unilateral de Washington do Tratado INF com a Rússia e se mostrou preocupado com os esforços para desenvolver armas nucleares menores.
"Como resultado, a ameaça do uso de armas nucleares está se tornando cada vez mais real", enfatizou o prefeito.
Taue pediu então ao governo japonês que assinasse o Tratado de Proibição de Armas Nucleares e "assegurasse sua ratificação" o mais cedo possível, bem como considerasse o estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares no Nordeste da Ásia.