Os efeitos econômicos do coronavírus no setor do turismo não atingiram somente a Cidade Maravilhosa. Pesquisa do Ministério do Turismo mostra que a receita nominal das atividades turísticas no Brasil caiu 29,3% em março de 2020 na comparação com o mesmo mês de 2019.
Ainda de acordo com o Ministério do Turismo, o Brasil recebeu 6.353.141 visitantes de fora do país em 2019. Já em 2018, o número de visitantes foi maior e ficou em 6.621.376.
Com o fechamento de fronteiras, imposição de medidas sanitárias e retração da economia global, a expectativa é que o número de turistas internacionais no Brasil registre uma nova queda em 2020.
"Nós começamos o mês de março deste ano com 70% de ocupação na cidade e, na última semana, estamos com 5% [no final de março]. Na sequência, já no mês de abril, nós tivemos 80 estabelecimentos que suspenderam sua operação e, na sequência, mais 20 estabelecimentos suspenderam sua operação, impactando em 20 mil postos de trabalho, uma situação muito séria. Vai levar bastante tempo para se recuperar até porque o hotel não trabalha com estoque. A gente imagina que entre três e quatro anos para a retomada da atividade normal", afirma Alfredo Lopes, presidente do Sindicato dos Hotéis do Município do Rio de Janeiro.
Sobre o possível cancelamento da tradicional festa de réveillon e do carnaval, hipótese negada pela Prefeitura do Rio de Janeiro em nota, o líder do sindicato diz que há uma "insegurança" sobre a questão que atrapalha o setor. De acordo com a prefeitura carioca, Lopes está dialogando com o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) para adequar as festas "à nova realidade da pandemia".
Lopes diz que o setor pretende retomar as atividades com um foco no mercado nacional e com promoções e descontos de 30% em hotéis e 50% em pontos turísticos — e que esse movimento deve começar em outubro deste ano. Já a atração de turistas internacionais para o Brasil, que é o segundo país em todo o mundo com mais casos e mortes de COVID-19, deve ficar para 2021, diz Lopes.
"Acho que o mercado nacional brasileiro é muito forte e a gente espera uma retomada já em novembro, retomada forte com o mercado nacional. Logicamente, com diárias bem menores que do ano passado e no réveillon, provavelmente, vamos ter uma ocupação, talvez 30%, 40% menor do que no ano passado. Mas acho que é o que pode-se fazer nesse momento é dar segurança para as pessoas que nos visitam", afirma Lopes.