"O Estado está inchado e deve se livrar de suas empresas deficitárias, bem como daquelas que podem ser melhor administradas pela iniciativa privada", escreveu o presidente nas redes sociais, reiterando seu compromisso com a agenda de privatizações.
"Em um orçamento cada vez mais curto é normal que os ministros busquem recursos para obras essenciais. Porém, nosso norte continua sendo a responsabilidade fiscal e o teto de despesas", acrescentou.
Sua mensagem na rede social Facebook chegou depois que, na noite de terça-feira (11), o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que houve uma "debandada" de funcionários da sua pasta, devido às dificuldades para avançar nas privatizações e à intenção de outros ministros para aumentar os investimentos públicos.
Os secretários especiais de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, Salim Mattar, da Burocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, e o diretor do programa de burocratização, José Ziebarth, escolheram deixar o Ministério da Economia.
Bolsonaro destacou nesta quarta-feira (12), sem mencionar nenhum caso específico, que é "normal" alguém querer deixar o governo por algo "que melhor satisfaça suas justas ambições pessoais".
A emenda constitucional que estabelece limite máximo para o aumento dos gastos públicos foi promulgada em 2016 e tem validade de 20 anos. Ela estabelece que as despesas da União, incluindo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, não podem crescer acima da inflação do ano anterior.
Setores políticos do governo e do Congresso Nacional defendem a modificação do arcabouço legal, argumentando que o aumento dos gastos é necessário para reativar a economia. O vice-presidente Hamilton Mourão alertou que a situação fiscal do Brasil está "péssima" e reforçou que o teto de gastos é a "âncora fiscal" do país sul-americano.