"Ficou claro desde o início que a aplicação da soberania seria feita apenas com o acordo dos EUA. Caso contrário, eu já teria feito isso há um tempo", declarou Netanyahu ao Canal 20 de Israel.
O premiê israelense afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agora estava "ocupado com outras coisas" e que "questões importantes para Israel" não eram uma prioridade para Washington no momento.
A anexação, que faz parte do "plano de paz" de Trump para a região, estava originalmente programada para começar em julho. De acordo com o plano da Casa Branca, Israel absorveria 30% do território ocupado que capturou da Jordânia durante a Guerra dos Seis Dias de 1967. O resto da Cisjordânia seria governado por palestinos, mas a segurança e a política de fronteira seriam decididas por Israel.
Mais de 460 mil israelenses vivem nesses assentamentos, construídos em violação das leis internacionais, e a anexação vai privar os palestinos de uma parte significativa de seu território. Facções palestinas denunciaram a proposta como morta logo na chegada.
No entanto, a administração Trump não está disposta a dar a aprovação final para avançar com a anexação. Netanyahu informou no início de agosto que estava esperando o sinal de Washington para "aplicar a soberania" à Cisjordânia.
Embora a Casa Branca inicialmente apoiasse a anexação, o plano recebeu oposição quase unânime na comunidade internacional.
Se a anexação não ocorrer nas próximas semanas, é possível que seja interrompida indefinidamente. Netanyahu está atualmente em uma batalha orçamentária com o ministro da Defesa e premiê alternativo Benny Gantz. Se um orçamento não for aprovado até o final de agosto, Israel será forçado a realizar outra eleição, suspendendo a anexação no futuro próximo. Também há temores em Tel Aviv de que eles possam perder o apoio à medida se Trump não conseguir a reeleição em novembro.