Pontos brilhantes em planeta anão podem indicar oceanos subterrâneos

© AP Photo / William K. Hartmann/UCLA/NASA, Laboratório de Propulsão a JatoNave espacial Dawn da NASA em frente ao planeta Ceres e ao asteroide Vesta
Nave espacial Dawn da NASA em frente ao planeta Ceres e ao asteroide Vesta - Sputnik Brasil
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As análises da NASA demonstraram que se trata de um corpo celeste que está ativo geologicamente.

Antes de ficar sem combustível, a sonda Dawn da NASA finalizou sua missão pelo planeta anão Ceres com uma aproximação à cratera Occator, formada por um impacto há 20 milhões de anos e de aproximadamente 90 quilômetros de diâmetro.

A análise da informação coletada demonstrou que não se trata de um corpo rochoso, mas, sim, de um mundo oceânico.

Localizado em um cinturão de asteroides que se encontra entre Marte e Júpiter, Ceres apresenta em sua superfície carbonato de sódio, que na Terra pode ser encontrado nas profundezas dos oceanos. Por isso, especialistas quiseram determinar qual era sua origem no planeta anão.

Para revelar essa questão, foram analisadas as imagens de alta resolução captadas pela Dawn a uma altitude de 35 quilômetros, que poderiam registrar variações de gravidade na cratera. Além do modelo térmico, foi possível detectar mudanças de densidade consistentes com um reservatório profundo de salmoura, segundo estudo publicado na revista Nature Astronomy.

© Foto / NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDAСratera Occator no planeta anão Ceres
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Сratera Occator no planeta anão Ceres

Um segundo estudo, em que foram utilizados os dados de gravidade, demonstrou que a córtex de Ceres é muito porosa e que essa característica diminui à medida que eleva a profundidade da cratera, possivelmente pela rocha ter sido misturada com sal.

Embora Occator tenha 20 milhões de anos, o sal presente em sua parte superior é mais "jovem". Imagens de alta resolução indicam que os vulcões de gelo do planeta anão estariam ativos há dois milhões de anos, um milênio depois de o calor do impacto ter se dissipado.

Essa tese é reforçada pela descoberta de Hidrohalita e para se desidratar demora centenas de anos, o que sugere que deve ter surgido do interior de Ceres recentemente.

© Foto / NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDASuperfície do planeta anão Ceres, captada pela sonda Dawn da NASA
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Superfície do planeta anão Ceres, captada pela sonda Dawn da NASA

Outra das incógnitas era determinar se os depósitos de sal sobre a superfície foram originados por diferentes fontes.

Uma resposta para isso poderia ser que o calor do impacto derreteu grande quantidade de gelo dentro da cratera, gerando um depósito brilhante de sal. Logo, emergiu a salmoura subterrânea, gerando um novo lugar brilhante, que faz parte da Cerealia Facula e Vinalia Faculae.

© Foto / NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDAImagem em mosaico usa cor para destacar a salmoura recentemente exposta sobre a cratera de Ceres.
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Imagem em mosaico usa cor para destacar a salmoura recentemente exposta sobre a cratera de Ceres.

As evidências coletadas sobre a atividade desenvolvida em Occator mostram a presença de água subterrânea com alta concentração de sais, colocando Ceres entre os chamados mundos oceânicos, entre os quais se encontram o planeta anão Plutão e as luas Europa, Ganimedes, Calisto, Titã, Mimas e Encelado.

"Estas novas e emocionantes descobertas ao longo de sua produtiva missão são uma maravilhosa homenagem a este notável explorador interplanetário", assegurou Marc Rayman, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.
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