A delação foi homologada na quarta-feira (12) no Rio de Janeiro pelos juízes Marcelo Bretas e Alexandre Libonati.
Messer é tido como o maior doleiro do Brasil e é conhecido da Justiça desde 2018 após ser alvo da "Operação Câmbio, Desligo", realizada como desdobramento da Lava Jato.
Um doleiro negocia moeda estrangeira do câmbio paralelo, o que é ilegal pois passa ao largo das instituições bancárias e não é uma atividade devidamente regulada e taxada. Além disso, é comum que um doleiro seja acionado para lavagem de dinheiro.
Dario Messer é acusado de operar um sistema ilegal de câmbio em 52 países com cerca de três mil empresas de paraísos fiscais como clientes. O doleiro foi preso em julho de 2019 após 15 meses foragido.
Messer não será o primeiro a realizar um acordo de delação dessa natureza. Anteriormente, investigados da Lava Jato pagaram milhões de reais em multas para efetivar acordos, porém os valores foram muito abaixo do negociado por Messer. Marcelo Odebrecht, por exemplo, devolveu R$ 143 milhões, enquanto o doleiro Lúcio Funaro pagou R$ 45 milhões e Antonio Palloci devolveu R$ 37,5 milhões. A diferença nos valores seria devido à demora de Messer em demonstrar interesse na colaboração.
Conforme publicou o portal G1, o total de R$ 1 bilhão que será devolvido aos cofres públicos corresponde a 99,5% do patrimônio do doleiro. Parte dos bens de Messer estão no Paraguai e a recuperação dessa parcela de seu patrimônio dependerá das autoridades do país.