Uma equipe de arqueólogos franceses descobriu evidências da cremação intencional mais antiga do Oriente Médio, que data de nove mil anos.
O tratamento funerário implicou na cremação em uma fogueira de um indivíduo jovem que sobreviveu previamente à uma ferida, sugere o estudo dos pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisas da França (CNRS, na sigla em francês), publicado pela revista científica PLOS ONE.
Durante as escavações do assentamento neolítico de Beisamoun, no Vale do Jordão, no norte de Israel, foi encontrado um poço semelhante a um forno com os restos de um corpo cremado dentro. O corpo foi tratado com cuidado, conforme descobriram os arqueólogos ao analisar os restos queimados.
Os ossos datam de entre os anos 7.013 a.C. e 6.700 a.C. Pouco depois de sua morte, o corpo da vítima foi cremado com temperaturas superiores a 500 °C, indica o estudo.
Aparentemente, colocaram o corpo em uma posição sentada, com os joelhos dobrados em direção ao peito, informa o jornal Times of Israel.
The rather small pyre pit with the remains was found at Beisamoun in the northern Jordan Valley in Israelhttps://t.co/SKS2eXlyg7
— Haaretz.com (@haaretzcom) August 12, 2020
A pequena pira funerária com restos foi encontrada em Beisamoun, no norte do Vale Jordão, em Israel
Ao publicar informações sobre a descoberta, os pesquisadores franceses salientaram que o trabalho "redefine o lugar dos mortos" nas aldeias e sociedades da época.
Ainda que outros cadáveres, que datam da mesma época, também tenham sido descobertos, supõem-se que morreram em incêndios, enquanto o achado de Beisamoun é o primeiro a demonstrar uma cremação intencional.
O poço em si tem grossas paredes de isolamento. As plantas, cujos restos se encontram dentro do "forno", provavelmente serviram de combustível para o fogo. A cremação ocorreu em um importante período da evolução dos ritos funerários humanos nesta parte do mundo.