"Não faz sentido permitir que o maior patrocinador estatal do terrorismo do mundo compre e venda sistemas de armas", justificou Pompeo nesta sexta-feira (14) durante entrevista coletiva em Viena, Áustria. "Quero dizer, isso é loucura."
"Faremos tudo o que pudermos dentro do nosso conjunto de ferramentas diplomáticas para garantir que o embargo de armas não expire. A votação será nas próximas horas e esperamos ser bem-sucedidos. Quando virmos os resultados, tomaremos a decisão sobre como seguir em frente. Temos sido inequívocos quanto ao fato de não termos intenção de permitir a expiração deste embargo de armas. Absolutamente nenhum", garantiu Pompeo.
A votação
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vota desde a noite de 13 de agosto uma resolução dos EUA que estenderia indefinidamente o embargo de armas da ONU ao Irã. Os resultados devem ser anunciados ainda nesta sexta-feira (14), devido ao procedimento de votação mais demorado por causa da pandemia de COVID-19.
A medida está enfrentando forte oposição da Rússia e da China e é provável que a resolução não obtenha o mínimo de nove votos favoráveis no Conselho de Segurança de 15 membros, o que levaria Moscou e Pequim a usar seus vetos.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, criticou Washington pela proposta de estender o embargo, argumentando que os EUA estão "tão desesperados para mostrar apoio à sua luta para estender ilegalmente as restrições de armas ao Irã que se apega à posição pessoal do SG [secretário-geral] do GCC [Conselho de Cooperação do Golfo] – obtido através da coerção – como consenso regional".
US is so desperate to show support for its struggle to illegally extend arms restrictions on Iran that it clings to the personal position of GCC SG—obtained thru coercion—as regional consensus.
— Javad Zarif (@JZarif) August 12, 2020
All knew that most in the region—even in GCC—do NOT subscribe to this.
Here's proof: pic.twitter.com/EB5527WvWk
Os EUA estão tão desesperados para mostrar apoio à sua luta para estender ilegalmente as restrições de armas ao Irã que se apegam à posição pessoal do SG [secretário-geral] do GCC [Conselho de Cooperação do Golfo] – obtido através da coerção – como consenso regional. Todos sabiam que a maioria na região – mesmo no GCC – subscreve isso. Aqui está a prova:
O embargo de armas da ONU ao Irã está em vigor desde 2007 e deve expirar em dois meses sob os termos do acordo nuclear, formalmente conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês).