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'Temos que ser a favor da Lava Jato, desde que tudo seja feito dentro da lei', diz especialista

© AP Photo / Andre PennerDeltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, dá entrevista em Curitiba, 26 de janeiro de 2017
Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, dá entrevista em Curitiba, 26 de janeiro de 2017 - Sputnik Brasil
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Em meio a sérias divergências com o procurador-geral da República, a Lava Jato vê o chefe da Força Tarefa da operação em Curitiba, Deltan Dallagnol, sendo alvo de pedido de afastamento.

Deltan Dallagnol é o principal nome do Ministério Público Federal em atuação nas ações da Operação Lava Jato, sendo o maior expoente da equipe de Curitiba, que vive um grande momento de tensão com o procurador-geral Augusto Aras, motivado, principalmente, pela intenção da PGR do compartilhamento total de informações das forças-tarefa em várias capitais.

Na última segunda-feira (17), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello, determinou a suspensão de dois processos contra Dallagnol que poderiam levar à discussão sobre o afastamento do procurador da coordenação da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba.

O advogado e professor da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Alberto Rollo, afirmou que a paralisação do processo sobre Deltan Dallagnol foi "acertada", afirmando que "todos têm direito à ampla defesa".

"O que alegou a defesa do procurador e sensibilizou o ministro Celso de Mello é que no processo interno, no âmbito do Ministério Público, não lhe foi garantida essa ampla defesa e o contraditório", disse.

O especialista em direito afirmou que é preciso ser a favor de "todos os atos, todos os órgãos que vão investigar, fiscalizar e punir quem não age corretamente". "Então temos que ser a favor da Lava Jato e de tudo o que a Lava Jato faz, mas desde que tudo seja feito dentro da lei", completou.

"Não é possível, por exemplo, o procurador Deltan alegar cerceamento de defesa, ou não ter sido ouvido, ter sido prejudicado, para paralisar as representações que pesam contra ele, e, eventualmente, ao mesmo tempo, ele fazer exatamente isso contra as pessoas que ele investiga. Não podem existir dois pesos e duas medidas. A lei vale para todo mundo, a constituição vale para todo o mundo", argumentou.

O advogado observou, no entanto, que não acredita que a Lava Jato esteja sofrendo algum tipo de ataque ou perseguição "com vistas à impunidade deste ou daquele grupo de pessoas que não agiram corretamente".

"Eu entendo que nesse momento estão sendo apuradas algumas condutas talvez exageradas. Não é porque eu sou juiz que eu vou condenar todo mundo sem provas, sem defesa. Não é porque eu sou procurador que eu vou investigar todo mundo, passando por cima da Constituição, rasgando os direitos daquelas pessoas".

Alberto Rollo destacou também que em todos estes anos de funcionamento da operação Lava Jato, é possível "identificar um outro deslize, uma ou outra ilegalidade", mas, de acordo com ele, "isso não compromete o todo".

"O todo é investigar a corrupção, investigar gente que fez coisa errada e levar essas pessoas a processos e à punição. Agora, dá pra identificar um outro exagero", completou.

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