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Consultor avalia eventual disputa entre estados e Bolsonaro para aquisição de vacina para COVID-19

© AFP 2023 / Imprensa do governo do Estado de São PauloVoluntário recebendo vacina contra COVID-19 em São Paulo, Brasil
Voluntário recebendo vacina contra COVID-19 em São Paulo, Brasil - Sputnik Brasil
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Desde o início da pandemia, o governo Bolsonaro e a maioria dos governos estaduais vem travando uma disputa de medidas e narrativas em relação ao combate ao novo coronavírus.

Na corrida pela vacina contra a COVID-19, estados e o governo Bolsonaro vem caminhando separadamente, mais uma vez, com São Paulo estabelecendo acordo próprio para teste e aquisição de vacina chinesa e o Paraná para vacina russa.

A corrida pela aquisição da vacina pode gerar uma nova disputa entre Bolsonaro e os governadores? Em caso de aquisição da vacina pelo governo federal, há como estabelecer um critério para distribuição pelos estados sem interferência política?

Segundo o sociólogo Fábio Gomes, líder da empresa de Consultoria Bateiah Estratégias e Reputação, a vacina pode ser um catalizador de uma grande disputa política no Brasil, mas a demanda social deve acabar prevalecendo sobre as possíveis divisões.

"Creio que não será uma briga de muitos, mas uma grita de alguns. Porque a origem da vacina pode indicar uma bandeira política para aqueles que observam e esperam a vacina", explicou Fábio Gomes à Sputnik Brasil.

O sociólogo destacou a polarização política no país entre a esquerda e a direita, o que pode motivar interpretações subjetivas e precipitadas.

"No lado bolsonarista estão os fascistas, isso dito pelo outro polo, a esquerda. E os bolsonaristas dizem que do outro lado estão os comunistas. Uma vacina vinda da China certamente atrairá grita, o protesto, a briga, a confusão e a discussão sobre uma vacina que vem de um país comunista. De fato, a política pode afetar a relação de alguns com a vacina", acrescentou o especialista.

Segundo o entrevistado, no entanto, a maioria da população brasileira estaria mais interessada numa solução da pandemia, do que em embates políticos. Por isso, eventualmente as autoridades devem alinhar as suas ações. Por outro lado, Fábio Gomes acredita que uma certa disparidade nas medidas de cada estado também traz vantagens.

"O mundo ideal seria a conjugação e uma confluência dos governos numa só direção, quem sabe, dando mais velocidade aos processos. Mas é uma busca mundial, e lá fora muita coisa está sendo produzida. Se, por um aspecto, essas ações do governo de São Paulo e do Paraná e do governo federal, ações independentes, podem indicar descontentamento e brigas políticas, por outro podemos entender também que estamos com frentes variadas em busca de uma solução", afirmou o consultor.

Para ele, a pressão social e a demanda acabarão com discussões quando a vacina estiver finalmente disponível.

"O importante é que a vacina chegue ao consumidor e possa atender a população que tanto espera. A população espera muito que a solução aconteça. A picuinha política não terá lugar para as soluções de distribuição da vacina, uma vez que seja apenas esse o problema", concluiu.
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