"A posição da chanceler é que [...] há sérias dúvidas de que o acordo possa ser aplicado no espírito que se pretende, tendo em conta o desenvolvimento atual e as terríveis perdas de floresta que se observam", disse à imprensa o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.
A UE e o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) assinaram um acordo de livre comércio em 28 de junho de 2019, que vinham negociando há duas décadas. Merkel foi uma das líderes favoráveis ao desfecho na Europa.
A entrada em vigor do documento requer ajustes jurídicos e técnicos dos textos e ratificação nos Parlamentos dos países membros do bloco sul-americano, no Parlamento Europeu e nos membros da UE.
O acordo abriria um mercado de 500 milhões de habitantes aos países do Mercosul, enquanto os europeus poderiam colocar seus produtos sem restrições em uma região onde vivem outros 300 milhões de pessoas.
Em outubro de 2019, a França anunciou que não assinará o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, argumentando que o Brasil "não respeita a Floresta Amazônica" e "não respeita o Acordo de Paris", que trata das mudanças climáticas.
Parlamentos de Áustria, Holanda e Bélgica já indicaram que não devem aprovar o acordo, também apontando, entre várias razões, a destruição da Amazônia sob o governo Bolsonaro. O governo brasileiro já se defendeu, dizendo que se trata do lobby agrícola europeu.