Conselho Presidencial do Governo do Acordo Nacional da Líbia instruiu suas forças militares para que cessassem todos os combates em todo o território líbio, publicou a canal de TV France 24.
Em declaração, o conselho disse que a ordem foi emitida "com base em sua própria responsabilidade política e nacional diante da situação que o país e a região têm vivido, assim como devido à responsabilidade diante das circunstâncias da pandemia do coronavírus".
Por sua vez, o porta-voz do Parlamento do Leste, ligado ao Exército Nacional Líbio (LNA, na sigla em inglês), Aguila Saleh, conclamou todos os lados do conflito a um cessar-fogo.
Em declaração, Saleh disse que seu pedido de fim das hostilidades surgiu também "devido a sua responsabilidade nacional e política e à atual situação no país e na região, assim como às circunstâncias da pandemia".
A notícia foi bem recebida pela vice-chefe da missão da ONU na Líbia, Stephanie Williams.
"Estas duas declarações levantam de novo a esperança de busca de uma solução política e pacífica da longa crise líbia, o que levará à realização da vontade do povo líbio de viver em paz e dignidade", disse Williams.
O GNA também afirmou que "o objetivo final do anúncio de cessar-fogo é a restauração da total soberania sobre as terras líbias e a saída das forças estrangeiras e mercenários".
É válido ressaltar que tais declarações foram feitas após o Exército Nacional Líbio anunciar a retomada do trabalho dos portos petrolíferos e das jazidas de petróleo do país, o que indicaria que um acordo político não seria impossível de ser alcançado.
Conflito na Líbia
Desde 2011, ano em que o ex-presidente da Líbia Muammar Kadhafi foi morto por insurgentes, o país tem vivido embates entre forças antagônicas, em grande parte tribais.
Os confrontos também têm incluído a participação de intervenção estrangeira, como a ajuda da Turquia ao GNA no conflito contra o Exército Nacional Líbio.