Washington não terá sucesso em sua tentativa de restaurar as sanções contra Teerã por meio de procedimento nas Nações Unidas, declarou nesta sexta-feira (21) um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país persa, Saeed Khatibzadeh.
"Washington nunca alcançará seu objetivo ilegítimo", disse Khatibzadeh, classificando as ações dos EUA na ONU de infundadas e de ilegais.
O alto funcionário iraniano destacou que todos os participantes do acordo nuclear negaram a solicitação dos Estados Unidos. O diplomata expressou confiança de que os demais membros do Conselho de Segurança da ONU adotem uma posição semelhante.
De acordo com Khatibzadeh, Washington "ficou tão isolado, mesmo entre seus aliados, que chamou os três Estados europeus [Reino Unido, França e Alemanha] de aliados dos aiatolás do Irã".
Na quinta-feira (20), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, enviou uma carta ao Conselho de Segurança da ONU solicitando a invocação do mecanismo de restauração imediata (snapback em inglês) do acordo nuclear de 2015 sob a Resolução 2231, citando o não cumprimento do Irã com o acordo.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, por sua vez, enviou uma carta ao Conselho de Segurança da ONU pedindo aos membros que evitem que os Estados Unidos tentem reimpor as sanções da ONU contra o Irã, já que Washington se retirou do acordo.
Washington anunciou a intenção de acionar o mecanismo de restauração imediata contra o Irã depois do Conselho de Segurança da ONU ter vetado uma resolução norte-americana para estender indefinidamente o embargo de venda de armas ao Irã. O embargo de armas deve expirar em outubro, de acordo com os termos do acordo nuclear.
O acordo nuclear, ou Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), foi assinado em 2015 por Irã, China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e União Europeia. O documento estipula a retirada de sanções internacionais contra Teerã em troca da redução de seu programa nuclear. O acordo foi consagrado na Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU, incluindo uma cláusula sobre um embargo de armas de cinco anos.
Os Estados Unidos abandonaram o acordo, de forma unilateral, em maio de 2018.