"A ozonioterapia é uma ótima ferramenta para esterilizar espaços e devemos [...] apoiar com investimentos a fabricação de todos os equipamentos que nos permitem instalar", declarou o presidente venezuelano.
Do Palácio de Miraflores, sede do governo, o chefe de Estado referiu que a prioridade são os centros clínicos e hospitalares do país.
"A ozonioterapia é realmente uma solução, sem dúvida", comemorou Maduro.
O empresário argentino Alejandro José Camolina apresentou ao Conselho Científico e ao presidente venezuelano o desenvolvimento do equipamento que utiliza ozônio para a desinfecção de espaços hospitalares. Ele indicou que se trata de um aparelho "com durabilidade de aproximadamente 50, 100 mil horas de uso, que pode durar de 10 a 20 anos em operação".
O dispositivo reduziria o número de profissionais de saúde infectados, pois pode eliminar o novo coronavírus de todos os ambientes, como salas, centro cirúrgico, ambulâncias, entre outros. Camolina esclareceu que a desinfecção pode ser feita em estabelecimentos comerciais, a fim de aumentar a economia e até reduzir a carga viral.
A ozonioterapia virou notícia recentemente no Brasil, quando o prefeito de Itajaí (SC) Volnei Morastoni declarou que a rede de saúde municipal iria oferecer esse tratamento contra a COVID-19 – com aplicação retal –, embora não exista qualquer comprovação científica da sua eficácia.
Uso de plasma
Outra alternativa terapêutica, utilizada pela Venezuela, é a doação de plasma para a recuperação de pacientes com sintomas moderados ou graves.
No país sul-americano, a terapia consiste em pacientes que derrotaram a COVID-19 doarem seu plasma, porque geraram anticorpos. O protocolo para o uso de plasma convalescente foi elaborado pelo Banco Municipal de Sangue de Caracas e pelo complexo estatal de tecnologia farmacêutica Quimbiotec.
A Venezuela também estima produzir soro hiperimune de origem equina para tratar pacientes com o novo coronavírus. A ministra da Ciência e Tecnologia, Gabriela Jiménez, lembrou que os cientistas venezuelanos têm experiência na produção de soro antiveneno e antiescorpionário para pacientes após a picada.
Há 20 dias, comentou a ministra, o teste foi realizado em três cavalos puro-sangue, foi realizado o processo de caracterização da resposta imunológica e no dia 23 de setembro são esperados cerca de 30 litros de plasma equino.
Ela explicou que serão produzidas cerca de 500 ampolas, que serão levadas a um estudo de fase três no Hospital Universitário de Caracas com pessoas positivas para COVID-19, "para determinar a eficácia terapêutica desses anticorpos equinos em pacientes venezuelanos e a dose adequada para terapia".
O projeto, segundo ela, vai permitir ao país avançar na ampliação dos tratamentos para os afetados pelo vírus. Atualmente, a Venezuela registra um total de 621 casos infectados, seis mortes e 27.300 pacientes recuperados.