Um levantamento publicado pelo portal G1 neste domingo (23) aponta que as instituições federais de ensino superior brasileiras tiveram queda de 73% em investimentos em infraestrutura. O que já foi um investimento de R$ 2,78 bilhões, em 2010, chegou a R$ 760 milhões, em 2019.
A verba para investimentos de universidades federais chegou a ser ainda maior dentro desse período, atingindo o patamar de R$ 3,8 bilhões nos anos de 2011 e 2012, com iniciativas como o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), com o objetivo de ampliar vagas e melhorar a infraestrutura das instituições.
Ao longo da década, o Brasil passou por mudanças políticas e fiscais profundas, como a instituição do teto de gastos em 2016, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), com o objetivo de limitar gastos governamentais a um teto estabelecido por pelo menos uma década. Com o teto constitucional, as despesas precisam ser remanejadas para priorizar investimentos em determinadas áreas, como a educação.
Ainda segundo o levantamento feito pelo portal, as universidades relatam problemas decorrentes da falta de investimento. Entre eles, falta de recursos para a manutenção de computadores e melhorias em redes de Wi-Fi. Além disso, as obras de acessibilidade estão comprometidas, assim como investimentos em complexos esportivos.
O governo do presidente Jair Bolsonaro já acena com novos cortes na área da educação para o ano de 2021, com expectativa de diminuição de 18,2% - R$ 4,2 bilhões - nos chamados gastos não obrigatórios em universidades federais, como os investimentos em infraestrutura e obras. A proposta foi incluída na Lei Orçamentária Anual de 2021 e ainda precisa passar pelo crivo do Congresso Nacional.