Orçamento nuclear dos EUA poderia disparar se tratado START III com Rússia expirar

© REUTERS / Lucy NicholsonLançamento de míssil balístico intercontinental, EUA
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O tratado de redução conjunta de armas nucleares russo-americano expira em fevereiro de 2021, e os custos de maiores orçamentos militares levaram legisladores nos EUA a pedir que fosse prorrogado.

O custo de várias opções de modernização nuclear nos EUA é calculado em centenas de bilhões de dólares se Washington e Moscou não prorrogarem o Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III), de 2010, além de sua expiração em fevereiro de 2021, relatou o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) dos EUA na quarta-feira (26).

"O Escritório de Orçamento do Congresso foi solicitado a examinar quais seriam os custos se os Estados Unidos buscassem um tipo de resultado: aumentar suas forças nucleares estratégicas destacadas de não mais de 1.550 ogivas, como especificado no START III, para os níveis especificados nos três acordos mais recentes: os tratados com Moscou, START II e START I", escreve.

A expansão das forças para os limites do Tratado de Moscou de 2002 (1.700 a 2.200 ogivas) não aumentaria os custos em relação aos planos atuais, que exigem gastos de US$ 240 bilhões (R$ 1,35 trilhão) nas próximas décadas para desenvolver uma nova geração de veículos de entrega nuclear, como mísseis, bombardeiros e submarinos, explica o relatório.

Os limites correspondentes no START II, de 1992 (3 mil a 3.500 ogivas), ou START I, de 1991 (6 mil ogivas), poderiam ser atingidos através do aumento do número de ogivas em cada míssil, o que o relatório refere como opção de baixo custo.

© Los Alamos National LaboratoryLaboratório Nacional de Los Alamos, berço do programa nuclear dos EUA
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Laboratório Nacional de Los Alamos, berço do programa nuclear dos EUA

Aumentar as cargas de ogivas para atingir os limites do START II levariam a custos únicos de US$ 100 bilhões (R$ 560,8 bilhões), enquanto a opção mais cara de aumentar o número de veículos de entrega com as cargas atuais de ogivas subiria os custos únicos em até US$ 172 bilhões (R$ 964,6 bilhões) durante várias décadas, com despesas anuais de US$ 3 bilhões (R$ 16,8 bilhões) a US$ 8 bilhões (R$ 44,9 bilhões), segundo o relatório.

Para atingir níveis mais altos de ogivas do START I, a opção de baixo custo acrescentaria de US$ 88 bilhões (R$ 493,5 bilhões) a US$ 149 bilhões (R$ 835,6 bilhões) em valores únicos, além de um custo anual entre US$ quatro bilhões (R$ 22,4 bilhões) a US$ dez bilhões (R$ 56,1 bilhões).

No caso da opção mais cara, os custos únicos adicionais seriam de US$ 410 bilhões (R$ 2,3 trilhões) a US$ 439 bilhões (R$ 2,46 trilhões), mais despesas anuais adicionais de US$ 24 bilhões (R$ 134,6 bilhões) a US$ 28 bilhões (R$ 157 bilhões), diz o CBO dos EUA.

Futuro do arsenal nuclear

Se o START III expirar, os arsenais nucleares dos Estados Unidos e da Rússia não teriam limites acordados pela primeira vez em décadas. Uma das opções do tratado permite alargá-lo por mais cinco anos sem a aprovação das câmaras legisladoras dos dois Estados.

O presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos EUA, Adam Smith, e o membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, senador Bob Menendez, apelaram por essa opção.

"Estender o START III por cinco anos é claramente a escolha certa em termos financeiros e de segurança nacional. Os Estados Unidos não podem se dar ao luxo de uma corrida armamentista nuclear cara e perigosa, particularmente no meio de nossas atuais crises financeira, política e de saúde. Apelamos novamente à Administração Trump para estender o START III hoje", disseram Smith e Menendez em uma declaração conjunta, segundo citados pela revista Defense News.

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