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Fake news podem prejudicar vacinação contra COVID-19 no Brasil, diz especialista

© AP Photo / Eraldo PeresMédico do Hospital Universitário de Brasília mostra a vacina chinesa da Sinovac, voltada ao novo coronavírus
Médico do Hospital Universitário de Brasília mostra a vacina chinesa da Sinovac, voltada ao novo coronavírus - Sputnik Brasil
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Após a discussão sobre a gravidade da pandemia da COVID-19, que chegou a ser classificada como "gripezinha" pelo presidente Jair Bolsonaro, o Brasil pode enfrentar um novo obstáculo para o combate ao novo coronavírus mesmo com a chegada da vacina.

Nos últimos dois meses, a onda de fake news sobre a vacina cresceu 383%, segundo monitoramento da União Pró-Vacina. O Brasil já vinha enfrentando na pandemia resistência à vacinação, o que gerou o ressurgimento do sarampo no país.

A médica e fundadora do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag, em entrevista à Sputnik Brasil, afirmou que a difusão de notícias falsas é um desserviço ao controle e vigilância da pandemia no país.

"Uma vez que a pessoa é vacinada, ela cria anticorpos e aí vão ocorrer dois benefícios consequentemente: primeiro é a pessoa não se infectar, não ter doença pelo vírus, não correr o risco de ter uma doença grave, e mesmo a morte. Então é um benefício próprio. E o segundo é o benefício coletivo, que uma vez que ela tiver anticorpos ela não disseminará o vírus, então com isso não haverá contagiosidade, a transmissão vai diminuir", disse.

De acordo com ela, a diminuição da transmissibilidade para um índice menor do que 1 representa uma epidemia controlada da doença, podendo levar à própria erradicação da doença.

A especialista expressou preocupação com a possibilidade das fake news influenciarem no processo de vacinação do país.

"Como já mostrou uma pesquisa, que 9% não pretende se vacinar contra o coronavírus. O que acontece se ela não se vacina? Primeiro, ela pode adquirir o vírus. Se ela adquirir o vírus ela pode ficar doente. Mas independente do que acontece com a pessoa que opta por não tomar a vacina, além do prejuízo próprio que ela pode ter, ela também prejudicará a coletividade", observou.

Segundo a médica, a população precisa "confiar em informações idôneas e confiáveis, principalmente com profissionais de saúde, e com organizações e entidades de saúde, como, por exemplo, o Ministério da Saúde, as secretarias da Saúde, a Organização Mundial de Saúde".

Ao comentar o papel do Ministério da Saúde neste processo, Evangelina Vormittag disse que a pasta deve "preparar a população para a vacinação contra a COVID-19 com muita informação, informação clara e acessível à população através de campanha, boletins informativos".

"Eu acho que é muito importante o empenho do Ministério da Saúde para esclarecer à população sobre a vacinação, a orientação de como adquiri-la, e também no combate às fake news", completou.

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