A indicação foi publicada pelo Financial Times em uma entrevista com o chefe da FDA, Stephen Hahn, que disse que a agência pode autorizar uma vacina antes do final da fase três dos ensaios clínicos se essa medida provar mais benefícios do que riscos.
No momento, três empresas farmacêuticas - AstraZeneca, Moderna e Pfizer - estão realizando testes de fase três nos EUA. O presidente estadunidense, Donald Trump, disse anteriormente que a vacina poderia ser aprovada no país antes das eleições presidenciais de 3 de novembro, o que gerou especulações de uso político da vacina no país.
Trump tem tido problemas com a aprovação pública da política em torno de sua resposta contra a pandemia, sendo que os EUA se tornaram o país mais atingido no mundo pela COVID-19, com mais de 182 mil mortos pela doença, conforme dados da Universidade Johns Hopkins.
Hahn, porém, garantiu ao Financial Times que a FDA está pronta para contornar o processo usual de autorização de vacina, mas não faria isso apenas para agradar ao presidente.
"Depende do patrocinador solicitar autorização ou aprovação, e nós julgamos seu pedido [...]. Se eles fizerem isso antes do final da fase três, podemos achar que é apropriado. Podemos achar isso inapropriado, faremos uma determinação", disse Hahn, acrescentando que a autorização da FDA seria possível se "o benefício superasse o risco em uma emergência de saúde pública".
O chefe da FDA também mencionou que a autorização da agência para o uso de emergência de uma vacina potencial não é igual a uma aprovação completa. Ao mesmo tempo, Hahn também disse que as decisões da FDA seriam baseadas na ciência e na medicina, e não na política ou nas eleições presidenciais que se avizinham nos EUA.