A China está propondo à Rússia a criação de uma "aliança da indústria da soja", relata o jornal South China Morning Post. O Ministro do Comércio chinês, Zhong Shan, pediu uma cooperação mais estreita com Moscou em todas as áreas da cadeia de abastecimento da soja durante uma videoconferência com o Ministro do Desenvolvimento Econômico russo, Maksim Reshetnikov, na semana passada.
Zhong também afirmou que Pequim e Moscou deveriam "combinar" as principais áreas de produção de soja dos países e construir uma aliança industrial. Ao mesmo tempo, a China continuará aumentando as compras de soja dos Estados Unidos como parte da primeira fase de um acordo comercial.
Diversificar fornecedores
Chen Bo, professor de economia e comércio da Universidade Huazhong de Ciência e Tecnologia em Wuhan, China, afirmou ao jornal que uma aliança ajudaria a reduzir a incerteza tanto para China quanto para Rússia à medida que a turbulência comercial Pequim-Washington continuasse.
A China é o maior consumidor de soja do mundo e depende de importações de países individuais, o que o governo chinês considera um risco para a segurança alimentar do país, e Pequim está tentando diversificar os fornecedores e aumentar a produção doméstica de soja.
O Brasil, por sua vez, é atualmente o principal fornecedor de soja para a China. As exportações brasileiras atingiram um novo recorde em junho, saltando 71% em relação ao ano anterior.
A Rússia pretende aumentar o volume de suprimentos de soja para a China para 3,7 milhões de toneladas até 2024. Atualmente, os russos respondem por apenas 1% das importações chinesas.