O escândalo de alto perfil entre os militares franceses - e, potencialmente, o de toda a OTAN - foi relatado pela primeira vez pela rádio Europe 1 no domingo (30). A reportagem revelou que o oficial, que estava lotado nas instalações da aliança na Itália, é suspeito de ter transmitido documentos "ultrassensíveis" aos serviços secretos russos.
O suspeito seria um homem na casa dos 50 anos que trabalha em um centro de comando da OTAN perto de Nápoles. Ele teria algumas "raízes familiares distantes" na Rússia e provavelmente é fluente em russo. O homem ficou sob suspeita depois de ter sido pego em contato com um conhecido "espião russo" que trabalhava para a inteligência militar, que a mídia francesa se referiu por sua abreviatura da era soviética, GRU.
A ministra da Defesa francesa, Florence Parly, confirmou que há uma investigação em andamento quando ela foi contatada pela rádio para comentários. Parly, no entanto, não confirmou que o oficial era suspeito de espionar para a Rússia.
"Um oficial sênior está enfrentando um processo judicial por violação de segurança", confirmou ela. "Tomamos todas as medidas de salvaguarda necessárias".
O oficial foi detido sob a acusação de cooperar com uma potência estrangeira, informou a Agência AFP, citando uma fonte do judiciário francês. Segundo o Código Penal francês, o ato de fornecer inteligência ou material a uma potência estrangeira equivale a traição, punível com 15 anos de prisão e uma multa pesada.
O novo escândalo de alto perfil ocorre poucos dias depois que um ex-militar do Exército norte-americano, Peter Rafael Dzibinski Debbins, ter sido preso nos EUA e acusado de espionagem. O membro aposentado das Forças Especiais estadunidenses é acusado de fornecer informações confidenciais à inteligência militar russa.