A decolagem do voo LY971 da companhia aérea El Al, partindo do aeroporto israelense Ben Gurion, foi transmitida por vários canais de televisão de Israel.
O avião teve a bordo delegações oficiais de Israel e dos EUA. À frente da delegação israelense estava o presidente do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Meir Ben-Shabbat, e dos Estados Unidos, o conselheiro para a Segurança Nacional, Robert O'Brien, o conselheiro sênior do presidente dos EUA, Jared Kushner, e o enviado norte-americano ao Irã, Brian Hook.
A conselheira presidente dos EUA, Ivanka Trump, escreveu no Twitter que é o primeiro avião israelense a atravessar o espaço aéreo da Arábia Saudita a caminho dos Emirados Árabes Unidos.
O voo durou pouco mais de três horas. A visita terá a duração de dois dias e incluirá várias reuniões de trabalho que antecipam a assinatura dos acordos sobre a normalização das relações e cooperação nas várias esferas entre Israel e os Emirados Árabes Unidos.
No âmbito da visita a Abu Dhabi, haverá também uma reunião tripartidária dos chefes das delegações: o presidente do Conselho de Segurança Nacional de Israel, Meir Ben-Shabbat; o conselheiro para a segurança nacional dos EUA, Robert O'Brien, e o conselheiro sênior do presidente dos EUA, Jared Kushner; e o Conselheiro de Segurança Nacional dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Tahnoun bin Zayed Al Nahyan.
Outros encontros do chefe da delegação israelense, Ben-Shabbat, com outras personalidades oficiais dos Emirados Árabes Unidos também estão na agenda da visita.
Israel e os Emirados Árabes Unidos concordaram há algum tempo em normalizar totalmente as relações. Em um comunicado emitido em conjunto com os EUA, afirma-se que Israel, conforme o acordo com os Emirados Árabes Unidos, suspenderá a implementação da decisão de estender a sua soberania aos territórios da Cisjordânia.
Israel e os Emirados Árabes Unidos também planejam assinar acordos de investimento, turismo, comunicação aérea direta, segurança, telecomunicações e outros nas próximas semanas.
Aproximação e críticas dividem árabes
No último sábado (29), os Emirados Árabes Unidos anularam uma lei de décadas que proíbe qualquer forma de cooperação com Israel e seus cidadãos. Um boicote ao Estado judeu estava em vigor desde a criação dos Emirados como uma federação de monarquias no início dos anos 1970.
Os Emirados Árabes Unidos são o terceiro país árabe, depois do Egito e da Jordânia, e a única monarquia do Golfo, a estabelecer laços diplomáticos formais com Israel. A Arábia Saudita tem suas próprias políticas de boicote a Israel e o Bahrein travou um movimento semelhante na semana passada.
As relações entre Israel e as nações do Golfo, incluindo os Emirados Árabes Unidos, têm se tornado cada vez mais cooperativas ao longo dos anos, com a hostilidade mútua ao Irã desempenhando um papel crucial para a reaproximação. O acordo que formalizou a nova realidade foi recebido com raiva em alguns países árabes como a Turquia, que acusou os Emirados Árabes Unidos de trair o povo palestino por interesses egoístas.
Opositor da aproximação árabe junto a Tel Aviv, o primeiro-ministro palestino Mohammad Shtayyeh declarou que o voo direto para Abu Dhabi contradiz os princípios da solução do conflito palestino-israelense, relatou a agência de notícias palestina WAFA.
"Estamos assistindo com dor a aterrissagem do avião israelense nos Emirados [Árabes Unidos], o que é uma violação óbvia da posição árabe mantida no conflito árabe-israelense", disse ele. Shtayyeh acrescentou que a Palestina apoia a posição árabe que rejeita a "normalização desinteressada" das relações com Israel.
Os líderes palestinos condenaram o acordo Emirados-Israel, alegando que isso quebra o consenso árabe de não estabelecer relações com Israel antes de um acordo de paz ser assinado.