No dia 15 de novembro, os brasileiros escolherão seus prefeitos e vereadores. Caso necessário, um segundo turno será realizado em 29 de novembro.
Sem partido desde que deixou o PSL — e afirmou que o presidente da agremiação, Luciano Bivar, estava "queimado", Bolsonaro apostou as fichas na criação do Aliança Pelo Brasil. O partido, contudo, não foi registrado oficialmente junto às autoridades e sua oficialização ainda está na fase de coleta de assinaturas. Ou seja, a Aliança está de fora das eleições municipais.
Na família presidencial, o deputado federal Eduardo Bolsonaro optou por seguir no PSL, enquanto o senador Flávio Bolsonaro e o vereador carioca Carlos Bolsonaro escolheram entrar para o Republicanos, partido do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.
Com uma bancada expressiva na Câmara dos Deputados, o PSL terá direito a cerca de R$ 199 milhões do fundo partidário durante as eleições, informa o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bolsonaro investe em conversas com três legendas para escolher um novo partido, embora não descarte entrar na Aliança, quando a situação for regularizada. A filiação, contudo, deve ficar para 2021, diz o presidente.
"A estratégia de Bolsonaro, de se aproximar dos partidos fisiológicos, do centrão, do MDB, do DEM, essa estratégia fez com que Bolsonaro se acautelasse nas eleições municipais, porque muitos desses partidos disputam as eleições nos municípios, são adversários locais", afirma o cientista político e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Paulo Baía. "Ele não vai acirrar conflitos em seu campo de apoio no Congresso Nacional."
O analista avalia que Bolsonaro não deve se pronunciar durante o primeiro turno e pode entrar nas disputas de segundo turno em cidades de grande porte e expressão nacional para fazer peso contra nomes "claramente de oposição".
"Dentro da lógica de Jair Bolsonaro, de seu governo, é fundamental não rachar essa base ampla e muito diferenciada que tem como objetivo fundamental dar sustentação ao mandato do presidente nas suas querelas com o Supremo Tribunal Federal e, enfim, não falo nem no desdobramento de políticas públicas, mas sobretudo nessa questão de colocar um abafa, colocar um ponto final na campanha Fora Bolsonaro", diz o professor da UFRJ.
Ainda de acordo com Baía, a oposição deve apostar na tentativa de nacionalizar as eleições municipais, principalmente o PT. Todavia, o cientista político acredita que a discussão sobre temas regionais deve dominar a pauta. "A eleição municipal no Brasil não é uma eleição plebiscitária. Ela carrega muito dos aspectos locais, das demandas de cada cidade e nós temos uma diversidade enorme de municípios", afirma.