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Espero que a gente veja empresas olhando para o Brasil como um mercado investidor, almeja economista

© Folhapress / Diego PadgurschiGráfico das flutuações dos índices de mercado no pregão da BM & F Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo.
Gráfico das flutuações dos índices de mercado no pregão da BM & F Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo. - Sputnik Brasil
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Começa a valer nesta terça-feira (1º) a nova resolução que permite que investidores brasileiros tenham a possibilidade de investir, do Brasil, em empresas nacionais que optaram por abrir capital fora do país.

A medida foi tomada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e promove ainda outras alterações nas regras relacionadas aos Brazilian Depositary Receipts (BDRs).

O instrumento é um canal para o investidor negociar, do Brasil, ativos correspondentes a ações de empresas negociadas no exterior como é o caso das companhias Stone, XP, PagSeguro, Afya e Arco Educação.

Antes apenas ações emitidas por companhias abertas, ou assemelhadas, com sede e ativos majoritariamente localizados no exterior poderiam servir como lastro para os valores mobiliários negociados no Brasil.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o economista William Teixeira, especialista em renda variável do Escritório Messem Investimentos, elogiou a medida.

"Um dos principais princípios que a gente sempre prega aqui em relação a investimentos e renda variável é a diversificação e isso abre espaço para uma diversificação em ativos internacionais. Além de ter oportunidades de investir em outros ativos, alguns ativos cujos negócios são um pouco diferentes do que a gente tem aqui no país, abrem espaço para a gente diversificar em países também", disse.

Segundo William Teixeira, a medida pode fazer com que o país seja visto internacionalmente como um mercado investidor.

"Essas BDRs já eram negociadas, mas eram limitadas para investidores profissionais, qualificados, e agora está sendo liberado para o varejo. Isso é bom, tem mais opções e também espero que a gente veja as empresas olhando para o Brasil como um mercado investidor. A gente tem até agora um espaço muito pequeno aqui no Brasil em relação a exposição internacional, não tinha muita possibilidade disso e essa medida abre esse leque", comentou.

O economista disse que, apesar de abrir espaço para se investir em empresas brasileiras, os investidores vão preferir aquelas companhias que tiverem os balanços mais adequados no momento.

"O investidor vai preferir a empresa que esteja mais adequada ao momento e com balanços interessantes cujos negócios ele consiga entender. Se ele vai preferir empresas estrangeiras às empresas nacionais, vai depender obviamente do cenário de cada uma, do momento de cada empresa e de quanto ela pode entregar de valor aos acionistas", completou.

As mudanças são fruto de audiência pública, após consulta realizada entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020.

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