A empresa justifica a medida como uma consequência dos impactos causados pela pandemia da COVID-19 e pelo cancelamento da parceria com a Boeing.
"A pandemia afetou particularmente a aviação comercial da Embraer, que no primeiro semestre de 2020 apresentou redução de 75% das entregas de aeronaves, em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, a situação se agravou com a duplicação de estruturas para atender a separação da aviação comercial, em preparação à parceria não concretizada por iniciativa da Boeing, e pela falta de expectativa de recuperação do setor de transporte aéreo no curto e médio prazo", alegou a empresa, em nota.
Segundo a Embraer, 1.600 funcionários serão desligados através dos Planos de Demissões Voluntárias, que foram encerrados na quarta-feira (2), e mais 900 serão demitidos por dispensa para ajuste do quadro de colaboradores.
"Desde o início da pandemia, a Embraer adotou uma série de medidas para preservar empregos como férias coletivas, redução de jornada, lay-off, licença remunerada e três Planos de Demissão Voluntária (PDV). Também reduziu o trabalho presencial nas plantas industriais com o objetivo de zelar pela saúde dos colaboradores e garantir a continuidade dos negócios", escreveu.
A Embraer mantinha ao todo cerca de 16 mil funcionários no Brasil, sendo dez mil apenas em São José dos Campos, sede da empresa. A companhia não informou quantos funcionários serão desligados de cada unidade.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos publicou um comunicado criticando a decisão da Embraer e prometeu ir à Justiça para tentar reverter as demissões.
"É um crime o que a Embraer está fazendo com esses trabalhadores. Enquanto mantém altos executivos com salários milionários, demite 2.500 pais e mães de família que dependem de seus empregos para sobreviver. Não aceitaremos essa medida. Vamos buscar todas as formas de luta para reverter as demissões", afirma o diretor do sindicato, Herbert Claros, em nota.