A companhia de energia alemã Uniper disse que o projeto é necessário para o desenvolvimento de toda a Europa.
"Estamos convencidos de que projeto Nord Stream 2 e o desenvolvimento de recursos para produzir gás natural liquefeito são necessários [...] para garantir o abastecimento seguro, flexível e barato de gás natural para toda a Europa no futuro", disse a companhia por meio de um comunicado.
Além disso, a empresa afirmou que, "apesar da pausa atual, o projeto pode ser terminado no prazo mais curto".
A Uniper ressaltou também que o projeto vem sendo "objeto de discussões políticas cada vez mais contraditórias" nos "Estados Unidos e na Europa".
Caso Navanly
Nos últimos dias, alguns políticos da Alemanha pediram a revisão do apoio ao projeto Nord Stream 2 em função do caso do opositor russo Aleksei Navalny, que, segundo Berlim, foi envenenado com a substância do grupo de agentes tóxicos Novichok.
No dia 20 de agosto, o político foi hospitalizado após se sentir mal durante um voo entre as cidades russas de Tomsk e Moscou. Durante sua internação na Rússia não foram apontados traços de envenenamento. No dia 22 de agosto, Navalny foi transportado para a Alemanha, onde médicos locais afirmaram que o opositor havia sido envenenado com a substância Novichok.
Cientista russo dá detalhes de diagnóstico de Navalny que contrapõe versão de 'envenenamento' alemãhttps://t.co/rDRxEtaTIq pic.twitter.com/Q0S3RUKZOu
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) September 2, 2020
O representante da Associação Empresarial para o Leste, Andreas Metz, afirmou, por sua vez, que é errado reagir à situação em torno de Navalny com sanções econômicas.
"Devemos evitar que esse incidente gere uma carga a longo prazo sobre as relações bilaterais e, deste modo, cause prejuízo posterior aos contatos alemães-russos", disse ele.
Obras foram suspensas
A construção do gasoduto, concebido para diversificar as rotas de abastecimento de gás da Rússia para a Europa, foi suspensa em dezembro de 2019, depois que os EUA ameaçaram com sanções a empresa suíça Allseas, que realizava as obras.
Os EUA pretendem vender gás para a Europa de seus campos de xisto e por isso são contra o projeto, assim como alguns países europeus, como Ucrânia, Polônia, Letônia e Lituânia.