De acordo com Evo Morales, as denúncias apresentadas pelo governo transitório de Jeanine Áñez ante a Corte Penal Internacional (CPI) não possuem legitimidade e são uma manobra para desviar atenção.
"Sabem muito bem que essas denúncias não vão chegar a nada porque são falsas, são cortinas de fumaça na atual corrida eleitoral que tentam distrair atenção do povo boliviano da catástrofe econômica, sanitária e humanitária que vive a Bolívia", afirmou o ex-mandatário.
Em seu refúgio em Buenos Aires, Morales observou que o executivo de Áñez foi denunciado por Nações Unidas, Comissão Interamericana de Diretos Humanos, "ONGs, observatórios da Universidade de Harvard e jornais de prestígio pelos massacres e violações dos direitos humanos".
"Agora nos demanda, a mim e alguns líderes do povo, ante a CPI por defender a democracia; e segue sua campanha paga de desprestígio", concluiu o presidente que governou seu país entre 2006 e 2019.
O governo transitório da Bolívia demandou em 4 de setembro o ex-presidente diante da CPI, com sede em Haia, na Holanda, por seus supostos crimes cometidos em meio a recentes protestos exigindo eleições.
Alegado
A Procuradoria-Geral do Estado "está na CPI de Haia apresentando a denúncia por delitos de lesa-humanidade contra Evo Morales e outros pelo fechamento de cidades que causou mais de 40 falecimentos pela falta de oxigênio medicinal", informou Áñez.
A demanda salienta que Morales e os dirigentes Juan Carlos Huarachi, da Central Operária Boliviana, e Leonardo Loza, dos sindicatos de produtores de coca, são responsáveis pela morte de aproximadamente 40 pessoas com COVID-19. As mortes se deram devido à falta de oxigênio medicinal, que não pôde ser fornecido devido a greves que interromperam a circulação nas principais vias do país andino.
O pedido se soma a uma cadeia de processos com os quais o governo de Áñez, que é também candidata para as eleições gerais de 18 de outubro, persegue Morales desde que deixou o país em novembro de 2019.