"Que ninguém venha nos falar de suspender eleições, ninguém no mundo", afirmou o líder chavista durante um ato do governo transmitido pela televisão, segundo a agência AP.
Segundo Maduro, a Constituição venezuelana determina a realização do pleito no dia 6 de dezembro. "Na Venezuela estamos obrigados pela Constituição, chova, troveje ou relampeje, a realizar eleições em 6 de dezembro", afirmou o presidente.
O chefe de Estado disse ainda que em outros países ocorreram eleições em "meio a uma pandemia terrível". Maduro citou inclusive os Estados Unidos, que não adiaram a votação marcada para 3 de novembro para definir quem ocupará a Casa Branca no próximo mandato.
"Nós, com todas as medidas que estamos tomando, vamos chegar em uma situação muito melhor do que estamos agora", afirmou o líder. Maduro disse ainda que alguns setores locais querem "sabotar as eleições" e "impedir" a realização do pleito.
Capriles sugere adiamento da votação
A declaração do chavista ocorre pouco tempo depois do ex-candidato presidencial Henrique Capriles pedir o adiamento do processo eleitoral para evitar o risco de aumento de infecções do novo coronavírus. Recentemente, Capriles rompeu com o posicionamento da oposição de boicotar o pleito.
A votação de 6 de dezembro elegerá novos membros da Assembleia Nacional, que passou a ser dominada pela oposição após as eleições de 2015. O ex-líder da Casa, Juan Guaidó, autoproclamou-se presidente interino da Venezuela em 2018, gesto que recebeu o apoio dos Estados Unidos e outros 50 países, entre eles o Brasil.
Segundo levantamento feito pela Universidade Johns Hopkins, a Venezuela registra 53.289 casos da COVID-19 e 428 mortes.