Um porta-voz da AstraZeneca, empresa farmacêutica responsável pela vacina, disse para uma publicação do site Stat, veículo especializado em saúde e tecnologia, que o caso ocorreu com um voluntário no Reino Unido, e acrescentou que vai interromper os testes do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford em todo o mundo, incluindo no Brasil.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o médico epidemiologista Guilherme Werneck, professor do Instituto de Medicina Social da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), explicou que interrupções em processos de testagem de vacinas é algo normal e até já previsto.
"Interrupções como a da vacina de Oxford são interrupções que já são previstas no protocolo de testagem de vacinas. Ou seja, toda vez que se observa um evento adverso inesperado e relativamente grave é necessário que seja interrompido a testagem para se avaliar até que ponto esse efeito tem relação direta com a vacina. É um processo que já é previsto no protocolo de vacinação", afirmou.
"Em algum sentido isso levanta uma dúvida se esse tipo de efeito colateral está relacionado à vacina, mas eu diria que não temos até o momento uma previsão muito clara sobre o tempo que vai ser necessário para o esclarecimento desse problema. Em princípio essas questões são resolvidas rapidamente", disse.
Guilherme Werneck ainda lembrou que o efeito colateral encontrado pode não ter relação direta com a vacina.
"Se o efeito colateral não for comprovadamente relacionado à vacina, então os testes iriam ser retomados e o cronograma inicial teria um atraso muito pequeno. De forma que, se a vacina realmente se mostrar eficaz, é possível que ainda no primeiro semestre de 2021 essa vacina venha a ser aprovada e comece então a ser utilizada nos diferentes países, inclusive no Brasil", completou.
O Brasil participa dos testes da vacina da AstraZeneca através de parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).