Apesar das diferenças políticas entre Jair Bolsonaro e Alberto Fernandéz, Albuquerque afirmou que "a relação entre Argentina e Brasil transcende governos".
Scioli pediu apoio ao ministro brasileiro para a assinatura de um contrato que tornará a empresa INVAP como uma das construtoras do Reator Multiuso Brasileiro (RMB).
Da parte brasileira, Bento Albuquerque se dispôs a trabalhar para criar as condições para que o mercado brasileiro seja abastecido com gás da região da Vaca Muerta, formação geológica da Patagônia, conhecida como rocha hospedeira por grandes depósitos de óleo de xisto e gás de xisto.
Para o engenheiro Celso Cunha, presidente da ABDAN (Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares), a parceria entre Brasil e Argentina na área nuclear demonstra maturidade dos dois países.
"O Brasil e Argentina já têm acordo de cooperação, de salvaguardas há muitos anos, é uma referência mundial nesse sentido e isso só vem demonstrando cada vez mais a maturidade que os países têm", afirmou à Sputnik Brasil.
Segundo Celso Cunha, o Reator Multiuso Brasileiro tem como objetivo dar conta de toda a demanda do país.
"Esse projeto está em fase final, esse reator que vai ter uma potência máxima de 30 megawatts e o principal objetivo dele é a produção de radioisótopos e radiofármacos que visam suprir toda a demanda nacional", explicou.
"O fato de se estar trabalhando para que esse projeto seja construído entre uma empresa brasileira com uma empresa argentina é de suma importância. Você no momento desse de pandemia, por exemplo, não fica sujeito a ter que trazer de navio, de avião, peças e produtos. Nós tivemos problemas durante a pandemia com o abastecimento dos radiofármacos do Brasil e isso é fundamental para que esses projetos avancem", defendeu.
Na próxima semana haverá uma videoconferência entre Albuquerque e o secretário argentino de Energia, Darío Martínez, para "recuperar as reuniões binacionais de planejamento energético".