Segundo a denúncia da Operação Lava Jato, o ex-presidente teria participação, através de doações ao Instituto Lula, em um esquema de lavagem dinheiro com a empreiteira Odebrecht.
A denúncia é semelhante às feitas anteriormente pela Lava Jato do Paraná, e aponta que entre 2013 e 2014, o Instituto Lula teria recebido R$ 4 milhões da empreiteira por obras da Petrobras. A denúncia cita ainda o ex-ministro Antonio Palocci e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
A denúncia será analisada pelo juiz federal Luiz Bonat, substituto de Sergio Moro na Lava Jato no Paraná.
As novas acusações estão sob responsabilidade do novo coordenador da operação no Paraná, Alessando Oliveira, substituto de Deltan Dallagnol, que deixou a Lava Jato no início do mês após uma série de controvérsias.
Lula já foi condenado anteriormente em dois processos na Lava Jato e aguarda em liberdade o julgamento de recursos. Após a condenação do tríplex no Guarujá, Lula ficou preso por 580 dias e deixou a prisão, em Curitiba, em novembro de 2019, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) vetando a prisão após condenação em segunda instância.
Conforme publicou o jornal Folha de São Paulo, a defesa do ex-presidente Lula afirmou que as doações citadas pela nova denúncia são lícitas e devidamente documentadas. A defesa de Lula aponta ainda que a ação da Lava Jato vem em um momento em que a ilegalidade de seus métodos foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A defesa aponta ainda que a nova denúncia reforça a necessidade de "ser reconhecida a suspeição dos procuradores de Curitiba" e também do ex-juiz Sergio Moro. Tal processo corre hoje no STF e pode anular processos abertos contra Lula em Curitiba. Já a defesa de Paulo Okamotto afirmou que a denúncia repete ilegalidade e que a Justiça não deve receber "essa repetição de fatos jurídicos já apreciados com nova roupagem".
A Lava Jato e seus membros vêm sendo alvo de críticas e ações que anularam julgamentos e condenaram os métodos empregados pela operação, o que vem ocorrendo principalmente após revelações de mensagens trocadas entre procuradores, em 2019, no escândalo que ficou conhecido como Vaza Jato.