Israel e os EUA firmaram o compromisso de não expandir a soberania israelense sobre parte da Cisjordânia, por exigência dos Emirados Árabes Unidos e Bahrein, pelo menos até 2024. Estes últimos concordaram esta semana em estabelecer relações diplomáticas com o Estado judeu.
Contudo, durante declaração à Rádio do Exército de Israel, Gilad Erdan, que está prestes a assumir o cargo de embaixador do seu país na ONU, afirmou:
"A anexação não está fora da mesa. Isso pode ser discutido de novo após as eleições americanas [...] A anexação não foi cancelada, mas está fora da lista de prioridades dos EUA."
Ainda segundo Erdan, seu governo sabe "que isso [a anexação] não pode ocorrer sem a cooperação por parte da administração Trump".
Antes da assinatura do acordo com os EAU e Bahrein, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, expôs por inúmeras vezes seus planos de ampliação da soberania de seu país sobre territórios da Cisjordânia.
Os planos, que foram duramente criticados tanto por lideranças no Oriente Médio quanto pela União Europeia teriam sido congelados como uma espécie de concessão para que os EAU e o Bahrein pudessem oficializar as relações com Tel Aviv.
Ainda segundo o jornal The Times of Israel, fontes ligadas ao assunto revelaram à mídia que o presidente americano Donald Trump havia prometido aos EAU, durante as negociações de normalização, que Washington não reconheceria uma anexação israelense até 2024.
A diplomacia dos Emirados Árabes, sob a liderança do embaixador do país nos EUA, Yousef Al Otaiba, se concentrou em buscar garantias dos EUA, e não de Israel, sobre o assunto, visto que Israel não daria tal passo sem o apoio americano.
Seguindo os planos de Washington para a questão palestina, o congelamento das anexações se daria até 2024 para que os palestinos pudessem se preparar para a criação de seu Estado.
Contudo, segundo uma fonte declarou ao The Times of Israel, a Casa Branca pondera apoiar a anexação como forma de pressionar os palestinos à mesa de negociações.
No início do ano, a Autoridade Palestina havia se recusado a negociar com os israelenses, com mediação americana, após o anúncio do plano de paz da administração Trump para a região.