Segundo Leonid Rink, doutor em Ciências Químicas e um dos criadores do composto Novichok, o mal-estar apresentado pelo opositor russo Aleksei Navalny não poderia ter sido fruto de envenenamento pelo composto.
"Essa é uma situação em que ninguém pode tocar em uma garrafa dessas, senão morre. Se isso foi exatamente assim, então [Navalny] teria morrido e todos os que carregaram essa garrafa sem luvas ou proteção teriam também morrido", declarou Rink à Sputnik.
Em 20 de agosto passado, Navalny havia se sentido mal durante o voo entre a cidade russa de Tomsk e Moscou.
Ainda em Tomsk, Navalny tomou chá, o qual, segundo seus apoiadores, estaria envenenado. Contudo, hoje (17), na página oficial de Navalny no Instagram foi publicada uma declaração, segundo a qual o composto havia sido encontrado em uma garrafa de água no Xander Hotel de Tomsk, onde Navalny havia se hospedado. Um dos apoiadores teria levado a garrafa, juntamente com outros objetos de Navalny, para a Alemanha.
Comentando as investigações sobre o caso, Leonid Rink disse em relação à bebida tomada por Navalny:
"Se levarmos em consideração que todas as garrafas são iguais, isso é uma 'pista morta'. Nós não a podemos ver, ela está com eles. Todas as garrafas são iguais, e provar que é exatamente essa garrafa a do hotel em Tomsk, digamos, não é fácil. Provar que essa era a mesma garrafa é impossível. Isso significa dizer que tal garrafa pode ser preparada em qualquer lugar do mundo", disse Rink.
Investigação
Por sua vez, o governo alemão pediu à OPAQ que realizasse análise do material coletado de Navalny para determinar a origem de seu mal-estar.
"O secretariado técnico da OPAQ recebeu da República Federal Alemã um pedido de prestação de assistência técnica", informou a organização.
Anteriormente, médicos alemães haviam afirmado que Navalny havia sido envenenado com um composto químico neurotóxico.
Tratamento na Alemanha
Após dois dias de tratamento em uma unidade hospitalar em Omsk, Navalny foi transportado para Berlim, na Alemanha, para continuar sendo tratado.
O ativista russo apresentou melhoras nesta semana após sair do coma induzido em 7 de setembro.
Enquanto isso, o governo russo tem se esforçado para determinar a razão da doença de Navalny, ao passo que busca obter informações das investigações feitas pela Alemanha.