Uma britânica que participava dos testes da vacina contra o novo coronavírus da farmacêutica AstraZeneca e da Universidade de Oxford, Reino Unido, foi diagnosticada com um distúrbio neurológico semanas após a segunda dose de inoculação, mostram documentos internos da empresa obtidos pelo canal de televisão CNN.
A voluntária é uma mulher inglesa de 37 anos, previamente saudável. Em 3 de setembro, 13 dias após receber a segunda dose da vacina, a voluntária apresentou sintomas como dificuldade para caminhar, dores nos braços e fraqueza. A primeira dose da vacina havia sido administrada dois meses e meio antes.
Em 5 de setembro, a voluntária foi internada. Os médicos a diagnosticaram com um caso de mielite transversa, uma inflamação na medula espinhal que pode causar paralisia, dor e fraqueza nos músculos.
A AstraZeneca anteriormente havia rejeitado os relatos sobre a paciente britânica que surgiram na imprensa. No entanto, o próprio relatório interno da empresa, conhecido como relatório suspeita de reação adversa séria ou inesperada, descreve o diagnóstico como confirmado em duas ocasiões.
Retomada dos testes
Os ensaios da vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca, AZD1222 foram retomados em 12 de setembro depois de obter autorização dos reguladores britânicos.
A vacina da AstraZeneca entrou em sua terceira fase de ensaios nos EUA em agosto. Os testes das duas primeiras fases decorreram no Reino Unido, Brasil e África do Sul.
De acordo com a Universidade de Oxford, que lidera o braço britânico dos testes, cerca de 18 mil voluntários em todo o mundo receberam a vacina. Até o momento, nenhum outro participante do estudo experimentou reações adversas semelhantes.