A oferta teria sido feita através do congressista americano Dana Rohrabacher e um representante de Trump durante um encontro na Embaixada do Equador em Londres em 15 de agosto de 2017.
A proposta "era que o sr. Assange identificasse a fonte das publicações eleitorais de 2016 em troca por alguma espécie de perdão, garantia ou acordo que tanto beneficiasse o presidente Trump politicamente como prevenisse o indiciamento pelos EUA e a extradição", publicou a Bloomberg citando a advogada.
A alegada oferta feita pelo governo americano é um dos argumentos-chave que Assange está usando em tribunal londrino para lutar contra a extradição aos EUA e possível condenação naquele país.
Ainda no início do ano, a defesa de Assange expressara seu plano de usar a declaração de Robinson como testemunha como evidência contra a extradição.
Por sua vez, em fevereiro passado, a Casa Branca negou ter oferecido perdão a Assange e classificou as afirmações do acusado de serem uma "completa fabricação e mentira completa".
Além disso, Rohrabacher afirmou: "Eu disse para ele que se ele pudesse me dar informação e evidência sobre quem de fato lhe deu os e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês), eu pediria ao presidente Trump para o perdoar."
O congressista também chegou a negar que teria oferecido um acordo feito pelo presidente americano ou tê-lo representado diante de Assange. Posteriormente, ele disse ao então chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, que Assange gostaria de fornecer informação sobre os e-mails hackeados em troca de seu perdão, contudo, isso não teria surtido efeito no governo americano.
Campanha de 2016
Durante a campanha eleitoral presidencial da democrata Hillary Clinton em 2016, o WikiLeaks publicou uma série de e-mails do DNC danificando a imagem de Hillary, na que a inteligência dos EUA considerou uma operação hacker da Rússia para influenciar na eleição.
Assange é acusado de conspiração para obter e tornar públicos documentos classificados passados para ele pela ex-analista de inteligência do Exército dos EUA Chelsea Manning.
Os documentos, que incluíam relatórios do Departamento de Estado americano sobre a ação militar do país no Iraque e Afeganistão, foram publicados pelo WikiLeaks em 2010 e 2011.