Na quinta-feira (17), o Brasil solicitou uma extensão de prazo para a Aliança Global de Vacinação (Gavi, na sigla em inglês). O limite para confirmar o interesse no programa vai até a meia-noite desta sexta-feira (19).
Em entrevista à Sputnik Brasil, o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), criticou a demora do governo federal em confirmar o interesse em participar da COVAX Facility.
"O que explica essa demora do governo brasileiro é um problema de desgoverno, a única explicação para o Brasil não assumir uma posição que ele deveria assumir por uma questão de solidariedade com os países do mundo", afirmou.
Segundo Vecina Neto, o Brasil teria condições de ajudar.
"Com a nossa capacidade, a nossa possibilidade de produzir vacinas, nós deveríamos estar junto com essa iniciativa da OMS [desde o início]. É uma pena que nos atrasamos para dizer sim", disse.
"Está tentando construir essa solidariedade mundial em que os países ricos vão constituir um fundo para comprar vacinas para que todos os habitantes da Terra tenham acesso à vacina simultaneamente. Então se entende o que está acontecendo [no atraso do Brasil], é uma politicagem grossa e indesejável. Este governo deu mais uma demonstração da sua pequeneza, da sua hipocrisia", completou.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que mais de 170 países já tinham aderido à COVAX.
Logo após a entrevista com Gonzalo Vecina Neto surgiu a informação de que o Brasil confirma a intenção de aderir à COVAX.