Na quarta-feira (16), a Missão Internacional Independente das Nações Unidas sobre a Venezuela apresentou informe denunciando crimes contra a humanidade por parte do governo e forças de segurança do país.
O ministro da Relações Exteriores rebateu as acusações, citando recentes indultos a presos e afirmando que o relatório queria prejudicar o diálogo entre governo e opositores no país.
"Esse relatório pretende sabotar o diálogo que se instalou na Venezuela com resultados muito recentes, como os indultos a 110 pessoas que cometeram crimes de todo tipo", afirmou Arreaza em coletiva de imprensa.
Prejudicar trabalho conjunto com Bachelet
Além disso, argumentou que o informe tinha o objetivo de "perturbar o processo eleitoral na Venezuela e o papel da Venezuela nas relações internacionais".
ONU diz que forças de segurança de Maduro cometeram crimes contra a humanidadehttps://t.co/HHJmnwAKwM
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) September 16, 2020
Arreaza disse ainda que o relatório buscava atingir o trabalho da Venezuela junto a Michelle Bachelet, alta-comissária da ONU para os direitos humanos. No entanto, ele garantiu que o governo continuava ao seu lado.
"Até o momento temos nos mantido firmes e dissemos à alta-comissária, Michele Bachelet, que vamos seguir adiante com nosso trabalho e não permitiremos" que o relatório dos investigadores da ONU "nos pertube".
'Vertente jurídica' da Operação Gideon
Segundo o chanceler, o informe da Missão Internacional é a "vertente jurídica" da chamada Operação Gideon, que tinha o objetivo de assassinar o presidente Nicolás Maduro e outros funcionários de Estado, desarticulada em maio pelo governo venezuelano.
"Esse relatório é a vertente jurídica da Operação Gideon contra a Venezuela. Utilizaram as mesmas táticas e vão atrás dos mesmos objetivos. Os mercenários queriam matar o presidente Maduro e Diosdado Cabello [presidente da Assembleia Nacional Constituinte], exatamente o mesmo que busca esse relatório, a morte legal ou a morte da reputação", disse Arreaza.
'Política com os direitos humanos'
O chanceler afirmou também que a missão da ONU "está fazendo política com os direitos humanos e não para os direitos humanos". Segundo Arreaza, os investigadores das Nações Unidas não estiveram na Venezuela, já que o governo condenou a criação da missão, e que as informações foram colhidas por telefonemas e de notícias da imprensa.
O ministro denunciou ainda que um dos três especialistas da ONU é Francisco Cox, um "defensor de agentes da ditadura de Pinoche no Chile".