Na quarta-feira (15), a clínica alemã Charité relatou que Aleksei Navalny foi desligado da ventilação mecânica e agora é capaz de sair da cama. Na quinta-feira (16), ele publicou sua primeira foto desde que saiu do coma, confirmando que agora pode respirar por conta própria.
No sábado (19), o opositor russo colocou na rede social Instagram uma foto que o mostra de pé nas escadas.
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De acordo com a mensagem do político, suas pernas tremiam enquanto subia as escadas, tendo também dificuldade em manusear seu celular e encher um copo com água.
"Até recentemente, eu não reconhecia as pessoas e não entendia como falar. Todas as manhãs, um médico vinha me ver e dizia: 'Aleksei, eu lhe trouxe um quadro, vamos pensar em uma palavra para escrever.' Isso me deixava desesperado, porque embora eu geralmente já entendesse o que o médico queria, não entendia de onde tirar as palavras", revelou Navalny.
Ele acrescenta que, embora muitos problemas ainda estejam por resolver, os médicos da Charité em Berlim conseguiram "transformar" o ativista em uma "pessoa tecnicamente viva".
Aleksei Navalny foi transferido para Berlim em 22 de agosto depois de passar dois dias em um hospital na cidade russa de Omsk, onde foi internado após perder a consciência durante um voo desde a cidade de Tomsk a Moscou.
No hospital de Omsk, o opositor foi induzido em coma e tratado com atropina, um medicamento frequentemente usado como antídoto para agentes nervosos. No entanto, os médicos do hospital russo afirmaram mais tarde que não haviam detectado vestígios de toxinas no sangue e na urina do paciente e atribuíram seu estado a uma "desordem metabólica".
Navalny na Alemanha
Em 2 de setembro, o porta-voz do governo alemão Steffen Seibert relatou que testes toxicológicos realizados por um laboratório das Forças Armadas da Alemanha mostraram que o blogueiro tinha sido envenenado com uma substância do grupo Novichok, que está incluído na lista de substâncias proibidas da Convenção sobre Armas Químicas.
Na quarta-feira (14), o Ministério das Relações Exteriores alemão declarou que esta conclusão também foi corroborada por laboratórios na Suécia e na França e que as amostras retiradas de Navalny tinham sido fornecidas à Organização para a Proibição de Armas Químicas.
Moscou descreve a versão alemã do que aconteceu com Navalny como infundada, dizendo estar aguardando respostas oficiais aos pedidos de informação enviados a Berlim.