A farmacêutica divulgou diversos dados sobre os testes após receber críticas por falta de transparência sobre os testes do produto.
De acordo com The New York Times, os especialistas estavam particularmente preocupados com os testes da vacina da AstaZeneca, porque a empresa havia recusado conceder informações sobre uma "doença neurológica séria" em duas participantes voluntárias do Reino Unido.
O primeiro caso de reações indesejáveis foi detectado há uma semana e meia. A mulher recebeu a primeira dose da vacina antes de desenvolver uma síndrome inflamatória da medula espinhal, conhecida também como mielite transversa.
A empresa não confirmou o diagnóstico no segundo caso de doença após a administração da vacina. Porém, uma pessoa familiarizada com a situação, citada pela mídia, disse que a voluntária registou a mesma síndrome.
Segundo Mark Slifka, especialista em vacinas da Universidade de Oregon de Saúde e Ciência, citado pelo The New York Times, "se existem dois casos, então começa a parecer uma tendência perigosa".
"Caso um terceiro caso de doença neurológica se manifeste no grupo de vacinados, essa vacina pode ser encerrada".
Paul Offit, professor da Universidade da Pensilvânia e membro do comitê de vacinas da Administração de Medicamentos e Alimentos dos EUA (FDA na sigla em inglês), considerou que não está claro como a empresa ou o governo do Reino Unido determinaram que o segundo caso não estava relacionado com a vacina, de acordo com a mídia.
Ele sublinhou que a mielite transversa é uma doença bastante rara, diagnosticada em um em cada 236.000 americanos por ano. No Reino Unido, até o momento, cerca de 8.000 pessoas já foram vacinadas com o medicamento da AstraZeneca.