O enviado especial da Casa Branca para o controle de armas, Marshall Billingslea, anunciou no domingo (20) que os EUA estariam dispostos a aceitar a extensão do acordo por um período de menos de cinco anos. O mesmo Billingslea disse anteriormente que Washington pretende conseguir que Moscou concorde - antes da expiração do Novo START, em fevereiro de 2021 - com um memorando presidencial no campo do controle de armas que inclua uma cláusula sobre a participação da China na elaboração de um novo tratado de longo prazo.
Os EUA anunciaram que estão prontos para concluir tal memorando "amanhã" e que não precisariam de ratificação. Billingslea disse que a Rússia deveria aceitar a proposta antes da eleição presidencial dos EUA, em novembro, caso contrário, "quando Trump for reeleito", a "taxa de admissão" aumentará.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira (21) pelo jornal russo Kommersant, o vice-chanceler da Rússia, Sergei Ryabkov, que já participou de tratativas sobre controle de armas com Billingslea, comentou o assunto afirmando que Moscou pode aceitar um acordo desde que o prazo de extensão seja razoável.
"Preferiríamos, é claro, um acordo de cinco anos. Mas se os Estados Unidos não estão prontos para isso - o que lamentamos - então uma prorrogação por um período mais curto é possível. Mas por um período razoavelmente mais curto. Se o período do Novo START, com o qual os Estados Unidos estariam dispostos a concordar, for tão curto que durante esse tempo não chegaríamos a um acordo sobre nada sério com eles no futuro, será uma má decisão. Embora ainda seja melhor do que nada", disse Ryabkov.
Ao mesmo tempo, Ryabkov enfatizou que a Rússia não pagaria "o preço solicitado pelos norte-americanos por uma prorrogação mesmo por cinco anos, muito menos por um período mais curto".
"Não nos esforçamos para prorrogar o acordo a qualquer custo. Queremos tentar chegar a um acordo sobre algo em uma base recíproca, mas até agora, não existe essa prontidão do lado dos EUA. Portanto, em geral, não há diferença quando não concordamos - agora ou em um curto período após o término do prazo atual do Novo START", disse Ryabkov.
O Tratado Novo START é o último acordo de controle de armas que ainda vigora entre Moscou e Washington, uma vez que o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário chegou ao fim. Sob o tratado, assinado em 2010, os EUA e a Rússia concordaram em reduzir o número de mísseis nucleares estratégicos pela metade, além de limitar o número de ogivas nucleares estratégicas a 1.550 cada. A vigência do tratado se encerra em 5 de fevereiro de 2021.