Na Terra as auroras surgem quando partículas eletricamente carregadas aceleram a partir do Sol e atingem a atmosfera superior criando brilho colorido de verde, branco e vermelho.
Outros lugares no Sistema Solar, Júpiter e algumas de suas luas, bem como Saturno, Urano, Netuno até mesmo em Marte, todos possuem uma versão própria de aurora.
A sonda Rosetta acompanhou o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko por mais de dois anos. Inicialmente os cientistas interpretaram os dados pensando que se tratava de "brilho diurno", um processo causado por fótons que interagem com a cabeleira do cometa, ou coma, a qual irradia e circunda o núcleo do cometa. Mas a nova análise dos dados de Rosetta traça uma imagem muito diferente.
A sonda Rosetta da ESA fez mais uma descoberta impressionante no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, observou emissões atômicas ligadas a interações com elétrons acelerados do vento solar, isso quer dizer, ela observou uma aurora num cometa!!! pic.twitter.com/yZs6dKndfR
— Sacani (Space Today) (@SpaceToday1) September 22, 2020
"O brilho que rodeia o 67P/Churyumov-Gerasimenko é único", disse a autora principal do estudo, doutora Marina Galand, pesquisadora do Imperial College London, escreve portal Sci-News.
"Ao conectar dados de muitos instrumentos da Rosetta, fomos capazes de obter uma imagem melhor daquilo que estava acontecendo", disse.
"Isso nos permitiu identificar inequivocamente como se formam as emissões atômicas ultravioletas no cometa."
Os dados indicam que as emissões do 67P/Churyumov-Gerasimenko são uma aurora. Os elétrons que se deslocam no vento solar interagem com o gás na cabeleira do cometa, quebrando as moléculas de água e outras. Os átomos que resultam deste processo emitem uma luz ultravioleta distante distintiva.
Invisível a olho nu, a radiação ultravioleta distante tem o comprimento de onda menor no espectro ultravioleta.