"Obviamente, este é um ato de terrorismo islâmico", declarou o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, ao canal France 2 na noite desta sexta-feira (25). "Obviamente, a ameaça do terrorismo nesta rua foi subestimada", acrescentou.
Dois funcionários da agência de produção de notícias Premieres Lignes estavam do lado de fora de seu escritório quando foram atacados por um homem empunhando uma faca. Eles foram "gravemente feridos", disse o fundador da Premieres Lignes, Paul Moreira, à agência AFP.
O ataque ocorreu perto do antigo endereço do Charlie Hebdo, um jornal satírico semanal cuja equipe foi massacrada em um ataque de 2015 por militantes islâmicos. Os 14 supostos cúmplices desse ataque estão atualmente em julgamento em Paris.
O Charlie Hebdo acabou reabrindo em um endereço diferente em Paris, que está sendo mantido em segredo por razões de segurança.
A agência AFP relatou que cinco homens foram detidos, incluindo o suspeito do agressor. A promotoria antiterrorismo do Ministério Público Antiterrorismo (PNAT) disse que abriu uma investigação, com acusações de "tentativa de homicídio relacionada a uma empresa terrorista" e "conspiração com terroristas".
O chefe do PNAT, Jean-François Ricard, afirmou que o principal suspeito é um homem de 18 anos, supostamente nascido no Paquistão.
Depois de visitar o local do ataque, o primeiro-ministro francês Jean Castex disse que as vidas das duas vítimas "não estão em perigo, graças a Deus".
Os irmãos Said e Cherif Kouachi invadiram os escritórios do Charlie Hebdo em 7 de janeiro de 2015 e mataram 12 pessoas. Assumindo a responsabilidade pela violência, a Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em outros países) disse que a revista ofendeu todos os muçulmanos ao publicar caricaturas do profeta Maomé.
O Charlie Hebdo reimprimiu algumas das charges antes do julgamento dos supostos cúmplices dos Kouachis. A publicação condenou o ataque desta sexta-feira (25) como um ato "odioso" de "terroristas" movidos pelo fanatismo e intolerância.