O número atual de mortes, que está pairando um pouco abaixo da marca de um milhão, poderia facilmente dobrar sem um esforço "combinado" para tornar uma vacina eficaz amplamente disponível o mais rápido possível, disse Ryan em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25).
"A menos que façamos isso [...] o número de que você fala [dois milhões de mortes] não é apenas imaginável, mas infelizmente muito provável", avaliou ele.
O funcionário da OMS também falou sobre o aumento contínuo nas taxas de disseminação registradas em todo o mundo nas últimas semanas, depois que os bloqueios anti-coronavírus foram facilitados em muitos países. Ryan advertiu contra culpar os jovens pelo último aumento, que teriam se tornado os principais propagadores.
"Eu realmente espero que não discutamos: é tudo por causa da juventude", explicou ele. "A última coisa que um jovem precisa é de um velho apontando e balançando o dedo", acrescentou.
A situação na Europa, onde vários países, incluindo França e Reino Unido, relataram os maiores aumentos diários de casos de COVID-19, continua muito "preocupante", disseram funcionários da OMS, pedindo às autoridades que façam o possível para tentar impedir a propagação antes do início da temporada de gripe normal.
"Estamos no final de setembro e nem começamos nossa temporada de gripe ainda, então o que nos preocupa é a possibilidade de que essas tendências estejam indo na direção errada", declarou a chefe técnica da OMS sobre coronavírus, Maria Van Kerkhove.
Globalmente, mais de 32,3 milhões de pessoas contraíram a doença, com mais de 980 mil sucumbindo a ela, mostram os últimos números da Universidade Johns Hopkins.