Especialistas do Departamento de Pré-história e Arqueologia da Universidade de Sevilha, na Espanha, fizeram um importante achado na caverna de Dehesilla, em Cádiz, na Espanha.
Os cientistas encontraram dois crânios humanos e os restos mortais de uma cabra, com várias estruturas arqueológicas e materiais de um ritual funerário do período neolítico, mais especificamente entre 4.800 e 4 mil a.C., até então desconhecido na península Ibérica.
➡️El Laboratorio de Palentología y Paleobiología del @IAPHpatrimonio @CulturaAND participa en el trabajo "The exceptional finding of Locus 2 at Dehesilla Cave and the Middle Neolithic ritual funerary practices of the Iberian Peninsula"
— IAPH (@IAPHpatrimonio) September 14, 2020
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O laboratório de Palentologia e Paleobiologia do Instituto Andaluz do Patrimônio Histórico e Cultural de Andaluzia participa do trabalho "A descoberta excepcional do Locus 2 na gruta de Dehesilla e as práticas funerárias rituais do Neolítico Médio na península Ibérica"
"Esta descoberta abre novas linhas de pesquisa e cenários antropológicos, onde o sacrifício humano e animal pode ter sido relacionado a cultos ancestrais, rituais propiciatórios e orações divinas em festas comemorativas", afirma ao portal News Wise Daniel García-Rivero, principal autor do estudo, que foi publicado na revista científica Plos One.
Detalhes da descoberta
Os crânios encontrados são de humanos adultos, um masculino e outro feminino, sendo o primeiro mais velho. O crânio feminino possui uma depressão no osso frontal, além de cortes no osso occipital produzidos pela decapitação.
Além disso, foi encontrada uma parede separando os crânios humanos e o esqueleto da cabra. Finalmente, há também vários vasos de cerâmica decorados de forma única, alguns objetos líticos e restos de plantas carbonizadas.
"Esses elementos exibem várias características que o tornam um achado arqueológico excepcional. O tratamento diferenciado de crânios com evidências traumatológicas com animais sacrificados, bem como as estruturas e materiais arqueológicos documentados, não correspondem ao registro funerário normativo com o qual trabalhamos até agora", garante García-Rivero.
Este estudo contribui de forma particular para o conhecimento dos rituais funerários da metade do século V a.C., atualmente o período menos conhecido das populações neolíticas de toda a península Ibérica.
"Esta descoberta reveste-se de grande importância não só pela sua peculiaridade, mas também por constituir um depósito ritual intacto e selado, o que constitui uma grande oportunidade para conhecer de forma mais detalhada os comportamentos funerários e rituais das populações neolíticas da península Ibérica", acrescenta o pesquisador.