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Entidade de defesa de renda básica e relator do Fundeb criticam uso do fundo para programa social

© Folhapress / Eduardo Matysiak/Futura PressMovimentação em agência da Caixa Econômica na cidade de Curitiba (PR), para recebimento do auxílio emergencial pago pelo governo
Movimentação em agência da Caixa Econômica na cidade de Curitiba (PR), para recebimento do auxílio emergencial pago pelo governo - Sputnik Brasil
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A proposta do governo federal de usar recursos do Fundeb para custear o programa Renda Cidadã, que deverá substituir o Bolsa Família, foi criticada por vários setores. 

O senador Márcio Bittar (MDB-AC), vice-líder do governo no Congresso e relator do Orçamento 2021, anunciou nesta segunda-feira (28) que a PEC Emergencial vai prever a criação do programa social, financiado com verbas reservadas no Orçamento para pagamento de precatórios (dívidas do poder público reconhecidas pela Justiça) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.

O novo Fundeb, que tinha prazo de validade até o fim deste ano, foi aprovado em agosto no Congresso. O fundo financia boa parte da educação do Brasil, da creche ao ensino médio, com impostos estaduais, municipais e federais.

O relator da PEC do Fundeb no Senado, Flávio Arns (PR/Podemos), disse que a proposta do governo de usar recursos do Fundeb no Renda Cidadã "é um absurdo".

"A área econômica precisa começar a entender que o desenvolvimento tem que estar baseado na educação do povo. A educação tem que ser priorizada. E para ser prioridade, a educação precisa de orçamento", disse Arns, segundo o portal O Antagonista. 

O governo chegou a tentar incluir no PEC do Fundeb uma regra para o uso de R$ 8 milhões do fundo para custeio do novo programa social, mas a medida foi derrubada no Congresso. O senador afirmou ainda que políticas sociais são "essenciais", mas devem ser feitos com "recursos da assistência social". 

Objetivo de renda básica 'não é substituir direitos'

A Rede Brasileira de Renda Básica também se posicionou contra o uso do Fundeb para financiar um programa de distribuição de renda. 

"A Renda Básica, defendida ao redor do mundo, é uma medida de complementação do sistema de proteção social. Seu propósito não é substituir direitos sociais de qualquer natureza, especialmente serviços universais como saúde e educação", disse a organização por meio de nota. 

A entidade ressaltou que o uso do fundo para custear programas sociais já foi "rejeitado", acrescentando que o "Fundeb é destinado à manutenção e desenvolvimento da educação, com uma emenda recentemente aprovada determinando avanços importantes para o ensino básico. O uso dessa verba com assistência social é inconstitucional". 

O governo não divulgou o valor que cada família beneficiada pelo Renda Cidadã receberá, mas, segundo Bittar, essa quantia não passará de R$ 300. A intenção do governo é usar até 5% dos recursos do Fundeb para financiar o programa. 

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