No último dia 20 de setembro, em entrevista ao vivo para o SporTV, concedida após sua dupla ganhar a medalha de bronze na etapa de Saquarema do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, Carol gritou as palavras de ordem contra o presidente.
A denúncia, com base em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), foi encaminhada pelo subprocurador-geral do STJD, Wagner Dantas. A atleta ainda será intimada para apresentar defesa.
Os artigos em questão são o 191 (deixar de cumprir o regulamento da competição), e o 258 (assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras do código). A infração do primeiro acarreta multa entre R$ 100 e R$ 100.000. Pelo segundo, há suspensão de uma a seis partidas.
De acordo com o termo de participação do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia 2020/2021, os jogadores se comprometem "a não divulgar, através dos meios de comunicações, sua opinião pessoal ou informação que reflita críticas ou possa, direta ou indiretamente, prejudicar ou denegrir a imagem da CBV e/ou os patrocinadores e parceiros comerciais das competições".
Em 2018, CBV defendeu liberdade de expressão
Após o caso ganhar repercussão, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) emitiu nota repudiando a postura da Carol. A entidade, que tem patrocínio do Banco do Brasil, disse que atleta "denegriu" a imagem do esporte - o termo é considerado racista.
Em 2018, dois jogadores da seleção masculina de vôlei, Wallace e Maurício Souza, fizeram o número 17 com as mãos em uma foto, publicada em redes sociais, após a vitória da equipe pelo Mundial. À época, a CBV disse que repudiava manifestações políticas por parte dos atletas, mas defendeu a liberdade de expressão dos jogadores.