A OIT publicou nesta quarta-feira (30) uma nova edição do relatório "Panorama Laboral em tempos de COVID-19: impactos no mercado de trabalho e na renda na América Latina e no Caribe", informou Agência Brasil.
Segundo o estudo, 34 milhões de trabalhadores latino-americanos perderam emprego nos três primeiros trimestres do ano. Os dados apontam uma "queda nunca observada na história", disse o diretor da OIT para a América Latina e Caribe, o economista brasileiro Vinícius Pinheiro.
A cifra inclui aqueles que perderam o emprego temporariamente, no ápice dos picos de contaminação e da paralisação das atividades, e trabalhadores com postos eliminados em definitivo, por encerramento do negócio, fechamento das empresas ou reestruturação de atividades.
O monitoramento da OIT revela que a América Latina e Caribe foram os mais afetados no mundo com a redução de horas de trabalho: -20,9% em postos de trabalho, nove pontos acima do nível mundial (11,7%). Já a contração do número de empregos é de -19,3% nos três primeiros trimestres de 2020.
O diretor da OIT para a América Latina e Caribe alertou que o desemprego pode agravar a desigualdade persistente da região.
"O mundo não era perfeito antes da COVID", observou o economista para Agência Brasil.
Segundo Pinheiro, os trabalhadores informais, as mulheres e os jovens foram os mais afetados com a paralização das atividades. A OIT teme que, no momento de retomada, esses grupos sejam os últimos a serem incluídos.