Nesta quinta-feira (1º), Bolsonaro confirmou a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), de 48 anos, para o Supremo Tribunal Federal. Ele assumirá a vaga deixada por Celso de Mellor, que antecipou sua aposentadoria em duas semanas, antes de completar 75 anos e se retirar obrigatoriamente da Corte.
Antecipando o que fará no ano que vem, quando será a vez de anunciar o substituto de Marco Aurélio Mello, o presidente afirmou que escolherá alguém que seja seu amigo e tome "tubaína" (refrigerante típico do interior de São Paulo) com ele.
"A questão de amizade é uma coisa importante, não é? O convívio da gente. Eu vou indicar o ano que vem. Primeiro pré-requisito: tem que ser evangélico, terrivelmente evangélico. Segundo pré-requisito: tem que tomar tubaína comigo, pô", disse Bolsonaro.
O presidente já vinha falando há algum tempo que pretendia indicar uma pessoa evangélica para a vaga de Celso de Mello, mas, no final, acabou optando por Kassio Nunes, que é católico e um nome considerado mais técnico.
'O meu compromisso é com um evangélico'
Para a próxima indicação, Bolsonaro disse que, além do "currículo", será preciso ter relação com o presidente. Ele reforçou mais uma vez que o novo ministro do Supremo será evangélico.
"Não adianta chegar um currículo agora aqui, maravilhoso, dez. Dez, o currículo, indicado por autoridades, dez. Mas se eu não conhecer, não vou indicar. O meu compromisso é com um evangélico", afirmou.
Segundo Bolsonaro, a indicação de um evangélico para o STF sofre uma oposição que não ocorria quando a Corte nunca tinha tido mulheres e negros em sua composição.
"Quando no passado falavam que tinha que ter um negro, tinha que ter uma mulher, ninguém falava nada. Quando eu falo que tem que ter um evangélico... Mas não é só porque é evangélico, tem que ter conhecimento de causa também. Tem que transitar em Brasília, conhecer gente do Supremo, conhecer o Parlamento", argumentou.
'Ganhar alguma coisa lá também'
O presidente explicou que o ministro indicado por ele no futuro terá que defender interesses conservadores e "ganhar alguma coisa" na Corte.
"Eu quero botar uma pessoa lá, não é para votar certas coisas e perder por dez a um, tudo. 'Ah, eu votei contra'. Não. Eu quero que essa pessoa vote com suas convicções, de acordo com o interesse dos conservadores, mas que busque maneira de ganhar alguma coisa lá também", disse.