Cientistas da Universidade Técnica de Munique, Alemanha, encontraram evidências de que uma estrela com até 25 vezes o tamanho do Sol passou por uma supernova massiva há 2,5 milhões de anos. A estrela estava perto o suficiente da Terra para que os cientistas pudessem encontrar vestígios da explosão em nosso planeta. Os resultados dessa descoberta foram publicados na revista científica Physical Review Letters.
Supernovas levam à formação de ferro, manganês e outros elementos pesados. A equipe alemã encontrou ferro-60 e manganês-53 no fundo do oceano que datam de cerca de dois milhões e meio de anos atrás.
"As altas concentrações de manganês-53 podem ser consideradas 'as armas fumegantes', a prova definitiva de que essa supernova realmente aconteceu", afirma em comunicado Gunther Korschinek, principal autor do estudo.
Embora uma supernova muito próxima pudesse causar danos massivos à vida na Terra, esta estava longe o suficiente, o que casou apenas um aumento nos raios cósmicos ao longo de vários milhares de anos. O que pode ter desencadeado uma Era do Gelo em nosso planeta por meio da liberação de raios cósmicos que teriam bombardeado a Terra por milhares de anos após a supernova.
"Isso [aumento de raios cósmicos ao longo de vários ilhares de anos] pode levar ao aumento da formação de nuvens […] Talvez haja uma ligação com a época do Pleistoceno, o período da Era do Gelo, que começou há 2,6 milhões de anos", explica o coautor Thomas Faestermann.
Os pesquisadores também foram capazes de determinar a meia-vida do manganês-53 a partir de comparações com outros nuclídeos e a idade das amostras. O resultado: 3,7 milhões de anos.
"Estamos falando de apenas alguns átomos [de maganês-53] aqui. Mas a espectrometria de massa do acelerador é tão sensível que até nos permite calcular a partir de nossas medições que a estrela que explodiu deve ter cerca de 11 a 25 vezes o tamanho do Sol", garante Korschinek.