Os procuradores do MPF (Ministério Público Federal) afirmaram que o discurso do presidente "indica desconhecimento sobre a atualidade dos trabalhos e a necessidade de sua continuidade e, sobretudo, reforça a percepção sobre a ausência de efetivo comprometimento com o fortalecimento dos mecanismos de combate à corrupção".
No comunicado, a força-tarefa ainda acrescentou: "A Lava Jato é uma ação conjunta de várias instituições de Estado no combate a uma corrupção endêmica e, conforme demonstram as últimas fases dos trabalhos, ainda se faz essencialmente necessária".
Na tarde de ontem, quarta-feira (7), em uma coletiva de imprensa, Bolsonaro anunciou o fim da operação Lava Jato porque, segundo ele, "não existe mais corrupção no governo".
Assim, enquanto procuradores da República designados para atuar no caso, reforçamos o compromisso na busca da promoção de justiça e defesa da coisa pública, papel constitucional do Ministério Público, apesar de forças poderosas em sentido contrário.https://t.co/vbj3eTBaGD
— Roberson Pozzobon (@RHPozzobon) October 8, 2020
O pronunciamento foi feito no mesmo dia em que foi deflagrada a 76ª fase da operação, na qual houve a apreensão do equivalente a quase R$ 4 milhões de reais em espécie em endereços de investigados pela prática de crimes contra a Petrobras.
Procuradoria Geral da República
A prerrogativa de encerrar a Lava Jato pertence apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR). Para o procurador da Lava Jato Roberson Pozzobon, "é impossível" encerrar até janeiro as mais de 400 investigações em curso na operação.